Os trabalhos do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes Aegypti (LIRAa) em Boa Vista já foram concluídos e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) aguarda o resultado da pesquisa para divulgar quais são os bairros da Capital que estão em situação de risco para a proliferação do mosquito, que é transmissor da dengue, zika e chikungunya.
O objetivo do levantamento é identificar os criadouros predominantes e a situação de infestação do município, além de permitir o direcionamento das ações de controle para as áreas mais críticas. Boa Vista foi dividida em grupos de 9 mil a 12 mil imóveis com características semelhantes. Em cada grupo, também chamado “estrato”, foram pesquisados 450 imóveis.
Nas visitas, os agentes coletaram larvas, eliminaram criadouros do inseto e orientam moradores sobre a eliminação de qualquer foco de água parada — ambiente ideal para o desenvolvimento do inseto. Nas residências e estabelecimentos comerciais em que os agentes encontram criadouros, amostras de larvas são coletadas e enviadas para análise no Laboratório de Entomologia da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde (CGVS).
Segundo o superintendente de vigilância em saúde do município, Emerson Capistrano, a Prefeitura tem realizado ações de combate ao mosquito desde o final do ano passado. “De lá para cá, foram feitas várias visitas domiciliares, borrifações planejadas nos bairros com maior incidência e agora estamos aguardando o resultado do LIRAa”, disse.
Conforme ele, as ações continuam e devem ser intensificadas no período de inverno. “Estamos contando com a colaboração do Exército, com 60 homens em campo. Além disso, vamos lançar o processo seletivo para agente comunitário de endemias, inclusive revendo a necessidade de contratar até mais do que estava previsto”, destacou.
Ele afirmou que o levantamento sobre o índice de infestação será fundamental para que os moradores possam ter controle sobre o mosquito. “Nós tivemos reunião com o Ministério Público e Exército para poder criar um plano de ação no sentido de aumentar as visitas nesse período chuvoso, mas também esperamos abordar o trabalho no aspecto qualitativo, trabalhando no imóvel com o apoio do proprietário”, ressaltou.
Em relação aos imóveis em situação de abandono, Capistrano informou que o município tem notificado os proprietários para que façam a limpeza dos terrenos. “Pelo código de postura do município, as pessoas estão sendo notificadas para fazer a limpeza e nós damos um prazo, caso não façam, são multadas. Em algumas situações, o município pode fazer essa limpeza e cobra do proprietário”, explicou.
De acordo com o superintendente, somente este ano foram realizadas 37 fiscalizações em criadouros identificados a céu aberto; 58, em área de resíduos líquidos; e 26, em quintais com lixo acumulado. “Paralelo a isso temos feito trabalho junto com a gestão ambiental no sentido de realizar as coletas seletivas de lixo, o que tem que ser feito de forma intensa para poder evitar que o lixo doméstico se transforme em fontes de proliferações de mosquito”, frisou.
Ele citou que a projeção para o levantamento mostra uma infestação do mosquito dentro do preconizado pelo Ministério da Saúde (MS). “Temos que observar que é um período pré-chuva, então, nesse momento temos que intensificar mais ainda, porque os períodos de infestação em Boa Vista ocorrem principalmente depois dessa época de julho, agosto e setembro”, pontuou. (L.G.C)