TI ARAPUÁ

Lideranças da terra indígena Arapuá dizem que ponte dá acesso à comunidade foi incendiada propositalmente

Como único meio de ir e vir dos moradores, principalmente das crianças, que usam o transporte escolar, a comunidade pode ficar prejudicada.

O incidente ocorreu no início da noite dessa terça-feira (28)
(Foto: Divulgação)
O incidente ocorreu no início da noite dessa terça-feira (28) (Foto: Divulgação)

As lideranças da comunidade Arapuá denunciaram um incêndio supostamente criminoso na ponte “matamatá”, que dá acesso à comunidade. O incidente ocorreu no início da noite dessa terça-feira (28), quando lideranças retornavam de uma audiência no Ministério Público Federal (MPF), onde trataram sobre saúde, educação e energia. 

Ao retornarem, as lideranças se depararam com a ponte queimando, conforme relataram à coordenação geral, assessoria jurídica e equipe do Sistema de Georreferenciamento (SIG) do  Conselho Indígena de Roraima (CIR), que esteve no local nesta quarta-feira, 29. 

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A ação acontece em meio ao acordo entre o MPF e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas( Funai), para iniciar o processo de demarcação da terra indígena Arapuá. No acordo, a Funai ficou de agilizar os estudos de identificação e delimitação da TI Arapuá, no prazo até abril de de 2024.

“Nós estávamos voltando da audiência, quando vimos a ponte pegando fogo, isso nos assustou, mas, juntos com os irmãos que iam para culto e alguns moradores da comunidade, apagamos o fogo. Levou duas horas para apagar tudo”, relataram as lideranças.

Como único meio de ir e vir dos moradores, principalmente das crianças, que usam o transporte escolar, a comunidade pode ficar prejudicada. Cercados pelas fazendas, outra preocupação citada é quanto a segurança das lideranças. 

“Pensamos que isso é uma forma de nos intimidar, colocar medo, já que eles não aceitam a demarcação da nossa terra, mas, em conversa com todos, pontuamos que até a demarcação, isso e outras coisas podem acontecer e nós vamos estar preparados para isso, firmes e fortes”, afirmaram, ao relatarem o fato.

Com as informações coletadas no local, a assessoria jurídica do CIR rá  produzir relatório e encaminhar às autoridades competentes.

“Os moradores denunciaram o caso ao CIR, ontem mesmo, por acreditarem ser um ato criminoso, porque, a comunidade está no processo da retomada de território tradicional, e isso é uma reação, dificultando o acesso à comunidade”, comentou o assessor jurídico, Ivo Makuxi.

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