Novo símbolo da segurança energética de Roraima, a Usina Termelétrica Jaguatirica 2 entrou oficialmente em funcionamento nesta sexta-feira, 28, com o acionamento das três turbinas (duas a gás natural e uma a vapor) do complexo localizado na zona rural de Boa Vista.
Prometida para substituir a geração de energia a diesel, a usina tem capacidade para gerar até 140 megawatts de energia limpa, o que ainda deve acontecer, a partir de março. Essa potência será responsável pela geração de mais da metade do consumo de Roraima.
Nesta sexta, a usina a gás natural começou a gerar 48 megawatts. “A energia movida a gás é mais barata e vai ter uma redução final no custo da energia para os consumidores”, garantiu o governador Antonio Denarium (Progressistas), a quem coube a responsabilidade de ligar as turbinas.
O acionamento também foi acompanhado por autoridades municipais, estaduais e federais do Estado, empresários locais e funcionários da Eneva, a empresa responsável pelo empreendimento e que é a maior operadora privada de gás natural do Brasil.
O gerente de projetos da Eneva, Juan Conde, afirmou que a energia gerada na usina é “segura” e “confiável”. “Estamos colocando 48 megawatts em Roraima, com condição segura. A energia será confiável e teremos a garantia que não teremos apagões na sociedade de Roraima”, declarou.
A presidente da Federação das Indústrias do Estado de Roraima (Fier), Izabel Itikawa, lembrou que o setor industrial e empresarial do Estado é um dos mais afetados pela atual insegurança energética, devido ao alto custo da energia a diesel e a deficiência em seu fornecimento, “o que torna a produção instável e muito cara”. “Hoje vislumbramos um novo capítulo para Roraima, com a mudança da matriz energética”.
Usina custou quase R$ 2 bilhões
A Eneva, vencedora do leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para construir o empreendimento que faz parte projeto integrado Azulão-Jaguatirica, estima que a usina custou R$ 1,8 bilhão. A construção foi realizada de 2019 a 2021, e chegou a gerar mais de 2.200 empregos no pico das obras. Cerca de 450 funcionários trabalham atualmente na usina.
O funcionamento do empreendimento permitirá o desligamento da capacidade de geração a diesel, e promete, portanto, reduzir em até 35% as emissões de dióxido de carbono (quase 179 mil toneladas de economia por ano) e em 99% as de óxido de nitrogênio, com a substituição da matriz de geração local, atualmente baseada em diesel, por gás natural.
O gás, que abastece a usina e gera energia no Estado, é extraído no município de Silves, interior do Amazonas. Diariamente, várias carretas percorrem mais de 1 mil quilômetros para transportar o combustível para Roraima.