FABRÍCIO ARAÚJO
Colaborador da Folha
Comerciantes que atuam na Rodoviária Internacional de Boa Vista afirmam estar sofrendo com a falta de segurança há pelo menos duas semanas. Antes, segundo eles, havia um financiamento coletivo proposto pela antiga administração que mantinha três guardas o dia inteiro no local. Com a recente mudança de administrador, ainda não foi definido como será resolvido o problema nem como será feita a manutenção do prédio.
Para driblar a situação, a estratégia adotada pelos empresários tem sido, mais uma vez, tirar dinheiro do próprio bolso para contratar seguranças e guardas terceirizados, bem como investir em câmeras e reforço em portas e janelas para evitar arrombamentos. A diferença desta vez é que os investimentos em segurança não são necessariamente feitos de forma coletiva.
Em alguns casos, nem mesmo há investimento em segurança. Claudiane Brandão, gerente de uma agência de crédito, disse que está contando com a sorte. “Na antiga administração, nós pagávamos uma taxa de R$20 por semana e a contratação partia do administrador. Mas, depois que houve a mudança, nós ficamos sem”.
Everaldo Junior, proprietário de uma loja de variedades, foi roubado há dois anos e sente falta de uma segurança do Estado a quem frequenta e trabalha no local. Ele afirma fazer parte de um financiamento coletivo para ter segurança em seu estabelecimento. “A PM nunca está aqui, só se acontecer algo e acionarmos. Mas, como antes, quando havia um ponto, não mais”.
Já a proprietária de uma lanchonete que optou por não se identificar relatou que escolheu pagar por um segurança para fiscalizar somente o seu estabelecimento durante a noite. Embora nunca tenha sofrido nenhum tipo de violência, ela já viu outras lanchonetes serem arrombadas e assaltadas e por isso continuou pagando por segurança.
Outro problema que afeta a Rodoviária Internacional é o forte odor de urina e fezes, assim como a falta de limpeza do local.
“A situação ainda está em transição desde que eu assumi, há duas semanas, e não temos funcionários. Estamos tentando remanejar alguns para lá. Se não conseguirmos, então iremos contratar. A preferência é ter servidores públicos, mas, se não for possível, teremos que contratar tudo: vigias, seguranças, serviços gerais, fiscais e assistentes administrativos”, explicou o novo administrador da rodoviária, Makson Weslles Dias.
Ele relatou que está trabalhando praticamente sozinho e que tem “se virado em mil” para conseguir manter no mínimo a limpeza do local. Dias afirma que a demanda por segurança é uma situação um pouco mais burocrática e que deverá levar mais tempo para ser atendida, por isso o plano é conseguir colocar vigias na rodoviária.
Sobre o apoio policial, Dias afirmou que está estudando uma forma de reestruturar o ponto de apoio da Polícia Militar, mas, enquanto não consegue, irá fazer um ofício para solicitar que haja, ao menos, rondas em horários estratégicos. (F.A)