Cotidiano

Madeira é apreendida no Sul do Estado

As 90 toras de madeira apreendidas serão doadas para o 6º BEC usar na reconstrução de pontes do Estado

Em entrevista coletiva, o presidente da Fundação de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Rogério Campos, falou ontem sobre a apreensão – no Município de Rorainópolis, Sul do Estado – de 90 toras de madeira ilegal, totalizando cerca de 50 m3, feita na sexta-feira passada. A ação contou com a colaboração da Companhia Independente de Policiamento Ambiental (Cipa) da Polícia Militar.
Um trator também foi apreendido, mas posteriormente foi roubado das dependências do campus da Universidade Estadual de Roraima (Uerr) daquela cidade, onde estava estacionado. “Pusemos duas equipes no interior para fazer a fiscalização. Numa delas, na tarde de sexta-feira, nos deparamos com um desmatamento grande na região da Vicinal 04 de Rorainópolis, onde ocorreu a apreensão da madeira ilegal. Eram cerca de 90 toras de madeira já esplanadas para o transporte”, afirmou Campos.
Ninguém foi flagrado na ação. Ao entrar na área com a Cipa, os agentes madeireiros evadiram-se. “Infelizmente, não pudemos apreender ou multar ninguém. Apreendemos o maquinário”, relatou referindo-se ao trator que trabalha com o levantamento de toras para carga em caminhões.
No sábado, foi verificado que o trator havia sido foi roubado. “Já foi comunicado ao reitor da universidade, onde o equipamento havia sido depositado, que está tomando as medidas cabíveis”, complementou Campos ao relatar que populares matem silencio sobre o roubo. “Quando se faz este tipo de apreensão, ninguém sabe, ninguém viu nada. Mas é uma máquina grande. Então, com certeza houve uma mobilização e deve ter havido ajuda de um caminhão. Terei uma reunião com a governadora para tratar qual será a ação do governo”.
DOAÇÃO – O Exército Brasileiro, que ajudou no levantamento do material apreendido, receberá como doação as madeiras oriundas do desmatamento ilegal. “Ela será doada para a construção e reparo de pontes e pontilhões no Estado”, afirmou o presidente da Femarh. O material deve ficar aos cuidados do 6º Batalhão de Engenharia de Construção (BEC).
No domingo, 26, o Exército, ao verificar a importância e o risco de fazer o trabalho, locomoveu seu aparato e estará hoje com 30 homens no local fazendo a retirada da madeira, pois o acesso para retirar a madeira é um pouco complicado. “Ainda no domingo houve a primeira carreta de transporte, que trouxe cerca de 11 toras de madeira de lá. Essa mesma carreta deve transportar outras 21 peças apreendidas. A maior parte das árvores derrubadas era de maçaranduba”, afirmou.
LICENCIAMENTO – Rogério Campos lembrou que a Femarh está dando condições para que o produtor se legalize ambientalmente por meio de emissão de 300 licenças para a Agricultura Familiar. “O setor madeireiro, no ano passado, não tinha reposição florestal. Só neste ano foram postas mais de 180 mil m3 de reposição à disposição do setor”, disse.
EXTRAÇÃO LEGAL – A extração de madeira é legal quando feita dentro dos 20% da área devidamente licenciada. Se o proprietário da terra derrubar a floresta no perímetro permitido de 20%, sem o licenciamento ambiental, a multa é de R$ 1 mil por hectare derrubado. Se a extração ocorrer dentro da reserva legal (fora dos 20% permitidos), a multa avança para R$5 mil por hectare derrubado. (JPP)