O que era para ser um feliz primeiro dia de aula para a filha de três anos, tornou-se uma tristeza para a criança e a mãe Luanna Câmara Cabral. Diagnosticada com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), a menina ainda não assistiu aula no turno vespertino na escola municipal Vovô Dandãe porque, segundo Luanna, a unidade não tem quem a acompanhe na unidade.
“Estou muito triste com essa situação, pois o que eu estava sonhando em ser um momento mágico para minha filha, foi um dia muito difícil pra ela e para mim. Um dia de muita tristeza”, resumiu.
Segundo Luanna Câmara, a filha tem atrasos graves no desenvolvimento e, por isso, depende de um cuidador ou um professor para acompanhá-la. Motivada pela informação da gestão de que a escola do bairro Liberdade não havia esse profissional, teve a ideia, ainda na segunda-feira (7), primeiro dia de aula, de acompanhar a filha na sala de aula, mas acabou sendo impedida. “Me prontifiquei a ficar na escola com ela, acompanhando-a, mas fui retirada da escola, saí em lágrimas”, relatou.
A mãe disse que, na terça, a criança já não pôde ficar na escola, por não ter mais ninguém para acompanhá-la, e insistiu novamente com a gestora da unidade de que poderia ficar com a filha na aula enquanto não tinha um profissional, o que foi negado.
Sem ter ainda uma resposta da escola, ela não levou a filha na quarta-feira. “O que me deixou indignada foi o fato de eu não poder ficar acompanhando ela enquanto eles não conseguem um profissional”, informou a mãe.
Situação semelhante em outras escolas
Sob à condição de anonimato, o pai de um menino de sete anos, diagnosticado com retardo mental e déficit de atenção, relatou que a mesma situação ocorre na escola municipal Professora Amazona de Oliveira Monteiro, no bairro Silvio Leite. O filho estuda no segundo período do turno matutino.
“Ele foi pra escola no primeiro dia. E no outro dia já me falaram que ele não ia ter cuidador, pois todos estão ocupados e a que é pra ser cuidadora dele quebrou o braço e está de atestado. Até ela voltar, ele tem que ficar em casa e não se sabe quando ela volta”, declarou.
Nessa quarta-feira (9), o problema também veio à tona na escola Professor Ivany dos Santos Parente, no bairro Raiar do Sol, após denúncia da mãe de uma criança de três anos, com Síndrome de Down.
O que diz a Smec
Procurada, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec) ainda não se pronunciou sobre o assunto até a publicação da reportagem.