Cotidiano

Maioria das escolas já retomou as aulas

Apesar de ainda não terem anunciado o fim da greve na Capital, professores retornaram às salas de aula em 31 das 58 escolas

Após a retomada das aulas por parte dos professores de comunidades indígenas e do interior, que passaram quase 40 dias paralisados, os professores da Capital que permanecem em greve começam, aos poucos, a retornarem para a sala de aula. Ao todo, 31 das 58 escolas estaduais de Boa Vista estão tendo aulas regulares.

A decisão espontânea dos professores enfraqueceu e causou um racha no movimento promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Roraima (Sinter), que permanece em negociação com o Governo do Estado quanto à nova proposta apresentada, que contempla os interesses da categoria.

Dentre as novas propostas, estão o pagamento integral das progressões de 2015 e das atrasadas de 2008 a 2010, que seria feito até novembro deste ano, a correção imediata das inconsistências da Lei 892/2013 e o abono das faltas com a volta imediata ao trabalho, reposição das aulas perdidas e efetivação das demais propostas acordadas em audiência de conciliação no Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR).

Além disso, o governo manteve a proposta apresentada em reunião com líderes do movimento grevista no dia 24 de agosto, quando sugeriu realizar o pagamento das progressões horizontais, verticais e retroativas de 2011 a 2014, de forma parcelada, até 2017.

O presidente do Sinter, Ornildo Roberto, disse que os professores analisaram as propostas e acharam “interessantes e aceitáveis”, sinalizando um possível anúncio para o fim da greve. “A governadora quer um posicionamento em relação à suspensão da paralisação, mas a categoria entende que, mesmo que as propostas sejam aceitáveis, precisa definir algumas datas para a retomada do calendário escolar”, afirmou.

Segundo ele, até o momento ainda não foi definida uma data para que o governo receba a comissão e debata os pontos de pauta. “Algumas escolas estão tendo aula, mas achamos importante sentarmos com o governo para buscarmos uma solução para esse problema. É lógico que no final todos saem perdendo, nós não queremos delongar muito a greve”, frisou.

EDUCAÇÃO – Em entrevista à Folha, a titular da Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed), Selma Mulinari, anunciou que já entregou o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração dos técnicos à Procuradoria Geral do Estado (Proge), uma dos principais pontos reivindicados pelos professores.

“Vamos esperar a Proge se manifestar a respeito do estudo feito e, após isso, ver como vai ser operacionalizada essa questão. Sabemos que é difícil por conta do espaço financeiro, mas estamos fazendo de tudo para que tudo saia rapidamente”, disse.

ESCOLAS – Dentre as unidades de ensino que estão em aula, mesmo com a greve, estão as tradicionais escolas Euclides da Cunha (antigo GEC) e São José, ambas localizadas no Centro. “Aqui, todos os professores estão trabalhando em horário normal, inclusive aos sábados, obedecendo ao calendário escolar.

Simplesmente não quiseram entrar em greve, pois sabiam das condições do governo e que não era o momento oportuno”, disse a diretora do GEC, Ilcilene Rufino.

Conforme ela, mesmo após a unidade passar uma semana sem aula por conta de falhas no sistema elétrico depois de passar por revitalização, pais, alunos e professores já discutiram uma maneira de repor o tempo perdido. “Foi sugerido, em reunião, que houvesse 10 minutos a mais de aula durante uma semana para reposição daquilo que foi perdido”, complementou. (L.G.C)