O final de semana será de reflexão para a população mundial. Será celebrado neste domingo, dia 16, mais um Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito. Criada em 2005 pela Organização das Nações Unidas (ONU), a data foi instituída com o intuito de homenagear as pessoas que morreram em decorrência das fatalidades do trânsito, além de oferecer solidariedade a familiares, amigos e todos aqueles que sofrem a perda de pessoas queridas.
Segundo dados de 2013, do Ministério da Saúde, houve uma queda significativa no número de mortes no trânsito. Em 2012, foram registadas 44.812 mortes nas ruas e estradas de todo o país. No ano seguinte, esse quantitativo diminuiu para 40.500 óbitos. Para a Polícia Rodoviária Federal, a retração do número se deu em grande parte as ações fiscalizatórias empregadas pelos departamentos de trânsito. Com a implantação da Lei Seca, por exemplo, foram realizados 1.523.334 testes do bafômetro, resultando em 38.847 aplicações de multas a motoristas e 11.868 detenções.
Mas em Roraima, os números ainda se mostram bastante elevados. Conforme o Detran local, o número de acidentes com vítimas fatais de janeiro a setembro deste ano foi superior ao registado no mesmo período do ano passado. O ano de 2014 foi também o de maior número de óbitos dos últimos cinco anos. Em 2010, o departamento registrou ao todo 111 acidentes com vítimas fatais. No ano seguinte, esse número aumentou para 118 mortos (alta de 6,3% no percentual). Em 2012, o número caiu para 109 mortes em recorrência de acidentes de trânsito (queda de 7,6%), mas o quantitativo voltou a subir em 2013, com 131 óbitos (alta de 20,2%). Esse ano, o número de óbitos registrado foi de 138 (um aumento de 5,3%).
As lesões corporais lideraram as estatísticas de ocorrências no período de janeiro a julho de 2014. Foram registradas ao todo 3.126 ocorrências, o que corresponde a 59% dos casos. Em seguida vem os acidentes com danos morais, com 1.929 casos (36%). Casos não informados somam 150 ocorrências (3%), enquanto os acidentes com vítimas fatais ficaram em 103 casos (1%), o que soma ao todo 5.308 casos.
Os condutores de automóveis e veículos pesados foram o que mais se envolveram em acidentes neste período. Foram contabilizadas ao todo 2.0782 ocorrências, o que representa 52% do total. Em seguida vêm os acidentes envolvendo motociclistas, com 1.551 casos (29%). Os garupas de motos e bicicletas aparecem em terceiro lugar, com 370 ocorrências (7%), seguidas de passageiro de carros com 298 casos (6%), ciclistas com 138 ocorrências (3%) e os casos não informados, com 76 registros (1%).
Os homens compõem a maioria das vítimas de acidentes. Foram registradas 3.651 ocorrências. Em seguida vem as mulheres com 1.396 casos (26%). Os casos não informados somam 261 notificações (5%). Já na comparação entre faixa-etária, as pessoas com 30 a 59 anos lideram os números. Foram 2.490 casos (47%), seguidos de 18 a 29 anos com 1.826 (34%), casos não informados com 488 ocorrências (9%), 60 anos ou mais com 220 casos (4%), 13 a 17 anos com 162 ocorrências (3%), Zero a 09 anos com 33 notificações (2%) e dos 10 aos 12 anos de idade, com 89 registros (1%).
PROGRAMAÇÃO – Em Roraima, o Detran (Departamento Estadual de Trânsito), em parceria com a Diocese de Roraima fará uma missa em memória a essa data tão relevante para o planeta. As celebrações estarão concentradas por todo o dia na Catedral Cristo Redentor, localizada em frente à praça do Centro Cívico, Centro de Boa Vista.
Álcool e pressa são os maiores fatores de acidentes de trânsito em Roraima
Segundo o chefe de fiscalização do órgão, Gladson Mesquita, os números aumentaram em quantitativos absolutos, tanto em acidentes quanto no número de vítimas fatais. “Os dados oficiais levam em consideração o número da frota de veículos e da população. Aumentando o número de veículos da via e o número de pessoas, a tendência é sempre aumentar o número de acidentes. Nas grandes capitais, esses índices são bem maiores”, explicou.
Mesquita explica que o álcool e a pressa são os fatores que mais contribuem para o crescente número de acidentes no Estado. “Nós que trabalhamos com essa questão de fiscalização, sabemos bem como ocorrem essas situações. O nosso problema maior de vítimas de lesão corporal e de óbitos tem acontecido por conta da pressa e, principalmente aos finais de semana. Os números oscilam conforme os horários de pico. O motorista ainda não tem a consciência que o trânsito do nosso estado mudou. A nossa Capital não é mais como antigamente, quando saiamos às 7 horas e chegava no trabalho às 8 horas. As pessoas precisam ter mais cautela, até mesmo para preservar a sua vida, porque não vai adiantar descontar a pressa no acelerador”, destacou.
Já aos fins de semana, a maior parte dos óbitos ocorre pela ingestão de bebida alcoólica. “Mesmo não tendo dados estatísticos que comprovem, na prática, 90% dos acidentes que ocorrem no Estado têm o álcool como denominador decisivo”, frisou.
Para ele, desenvolver a conscientização no trânsito é ponto chave para reduzir os números, algo que deve ser trabalhado ainda na juventude. “O nosso trabalho na rua começa do projeto ‘Cidadão do Futuro’, com a parte educativa a projetos mais incisivos como o ‘Tolerância Zero’. Se nós começarmos a educar os jovens, quando eles chegarem à fase adulta e a hora de tirar as suas habilitações, provavelmente terãi um comportamento mais educado, mais cidadãos no trânsito”, finalizou. (M.L)
Cotidiano
Mais de 130 mortes já foram registradas esse ano em RR
Conforme dados do Detran, o quantitativo de pessoas vítimas de acidentes de trânsito cresceu no Estado e a pressa e o álcool continuam entre os principais fatores