Cotidiano

Mais de 200 mil correspondências se acumulam nos Correios

Essa não entrega das correspondências se deve ao fato de não ter trabalhador para fazer o serviço

Servidores filiados ao Sindicato dos Trabalhadores dos Correios em Roraima (Sintect- RR) estiveram na Folha de Boa Vista, para informar a situação em que se encontra o Centro de Distribuição (CDD) da agência no bairro Asa Branca, zono Oeste da capital, anunciar a negociação da campanha salarial e o indicativo de uma possível greve da categoria para o dia 16 de setembro.

Segundo o presidente do Sindicato dos Correios, Ariomar Farias de Lima, a categoria está se antecipando é buscando informar para a sociedade, sobre a atual situação que se encontra a distribuição das correspondências nos bairros da zona Oeste de Boa Vista. “Dentro do setor já se encontram paradas cerca de 230 mil correspondências acumuladas no CDD do Asa Branca”, pontuou.

Essa não entrega das correspondências se deve ao fato de não ter trabalhador para fazer o serviço. O bairro Asa Branca é composto de 28 distritos, que são áreas que cada carteiro deveria trabalhar. Só que a empresa não tem 28 carteiros para atender efetivamente a distribuição de correspondências nesses locais. “Nós queremos contratação imediata e reposição do efetivo, porque a cidade está se expandindo para zona Oeste e é preciso no mínimo uns 35 distritos para um melhor atendimento da população”, frisou o Presidente.

Já são quase dois meses que a população vem reclamando para os Correios o não recebimento de cartas, faturas do cartão de credito, boletos bancários e demais correspondências. “A empresa não tem carteiro suficiente para fazer o trabalho de entrega, é por isso que a população hoje esta reclamando do atraso, isso sem contar que a direção da instituição em Roraima ta priorizando contratos locais, em detrimento das correspondências dos usuários normais, ou seja, tem contrato com gabinetes de políticos, com instituições, com prefeituras, governo do estado e outros órgãos governamentais, então como são contratos locais, eles priorizam a distribuição desses contratos”, afirmou Ariomar.

Ariomar disse que a direção prioriza a entrega de encomendas, porque são elas que dão lucro para os Correios. “Enquanto isso a população amarga à falta de carteiro e de receber a sua correspondência, por isso estamos pedindo o apoio da nossa população, para que não discuta com o trabalhador do correio, o problema da distribuição não é no carteiro, infelizmente é um problema de gestão e da administração da empresa. O carteiro simplesmente é a ponta de todo esse problema”, ressaltou.

O presidente falou que a empresa lucra bilhões e que não traduz isso para o trabalhador e para sua condição de trabalho. “Nós como funcionários dos Correios continuamos dando o máximo em nossa jornada de trabalho, para aumentar ainda mais os lucros da estatal, e da forma que se encontra, não da para continuar a trabalhar”, assegurou.

Farias comentou que, diante das reivindicações e de um indicativo de greve, a empresa iniciou uma campanha salarial em julho, e se estende até o final de setembro. “Com isso estamos antecipando e preparando os nossos trabalhadores para mostrar a situação de trabalho em que nos encontramos”, finalizou.