Cotidiano

Mais de 30 mil plantas em Roraima são inspecionadas contra Cancro Cítrico

Causado por organismo bastante agressivo e de rápida disseminação, o cancro está presente em pomares de citros de várias partes do mundo

O levantamento fitossanitário de pragas quarentenárias em Roraima, feito pelos técnicos da Aderr (Agência de Defesa Agropecuária) visando a erradicação do cancro cítrico, visitou em 2020 cerca de 450 propriedades nos municípios de Rorainópolis, Caroebe, São João da Baliza, São Luiz, Caracaraí, Iracema e Mucajaí. A ação de defesa e inspeção vegetal evita a entrada da doença e controla a sua disseminação.

O principal objetivo de mapear a distribuição e infestação do cancro cítrico em Roraima é erradicar a doença, pois a praga, de interesse econômico para o Estado, pode inviabilizar a exportação de frutos in natura para outras unidades da Federação.

Em 2020, foram colhidas em Roraima 22 mil toneladas de citrus, que atenderam ao comércio local e também foram exportadas para o Amazonas. O trabalho, que é feito minuciosamente, requer esforço e dedicação da equipe escalada para a missão, um serviço importante para garantir frutos de qualidade para o consumo seguro e comercialização do produto.

Nos sete municípios visitados, foram encontradas aproximadamente 150 mil plantas e inspecionadas mais de 30 mil, a fim de identificar possíveis focos da doença nos pomares. A inspeção encontrou suspeita de contaminação da praga em propriedades de Iracema e Mucajaí.

As amostras foram enviadas para o laboratório, onde foi confirmada a presença da praga por meio do laudo de diagnóstico fitossanitário positivo em áreas de pomares domésticos. Nessas áreas, os fiscais repassaram todas as orientações técnicas aos proprietários para que adotem medidas de controle e erradicação da praga.

O presidente da Aderr, Kelton Lopes, ressaltou a importância desse serviço de levantamento para a proteção da produção de citrus. “A agência continua trabalhando forte no que tange ao mapeamento, controle e erradicação dessa praga em nosso Estado, buscando sempre dar segurança fitossanitária aos nossos produtores e exportadores, para que eles tenham acesso a novos mercados e atendam aos consumidores locais”, afirmou.

O cancro cítrico

Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) o cancro cítrico é considerado em todo o mundo como uma das mais importantes doenças dentre aquelas que ocorrem nas plantas cultivadas. A doença ocorre nos citros e em seus aparentados, afetando diversas variedades de importância comercial, tais como laranjas, limões, limas, entre outros.

Causado por organismo bastante agressivo e de rápida disseminação, o cancro está presente em pomares de citros de várias partes do mundo, o que inclui países líderes na produção de laranja para a indústria de suco, como o Brasil e os Estados Unidos.

Os primeiros sintomas de cancro cítrico normalmente surgem na face inferior das folhas, na forma de pequenos pontos salientes de cor marrom-claro. Com o progresso da doença, essas lesões se tornam maiores e mais escuras com aspecto semelhante a verrugas.

Geralmente, as lesões são visíveis nos dois lados da folha e apresentam halo amarelado, porém, é possível ocorrer lesões sem a presença do halo e que sejam evidentes em apenas uma das faces foliares. Quando a doença está em estágio mais avançado, as lesões podem apresentar ainda halo de coloração escura e rachaduras no centro, resultado da morte do tecido foliar. As lesões de cancro cítrico podem ocorrer também em frutos e, de maneira menos frequente, em ramos.