ANA GABRIELA GOMES
Editoria de Cidade
Boa Vista vive uma epidemia de dengue. Há três semanas para o final do ano, 1.841 casos foram notificados na Capital. Destes, 744 foram confirmados, mais de 40% do total. Por isso, desde a semana passada, agentes de combate às endemias (ACE) realizam um mutirão nos 16 bairros com alto índice de infestação, a fim de evitar uma maior proliferação do Aedes aegypti. Para intensificar a ação, acontece nesta sexta-feira, 13, o Dia D.
Durante todo o dia, agentes municipais estarão em semáforos e em alguns pontos da cidade para distribuir panfletos e dar orientações, conforme explicou o coordenador do Núcleo de Doenças Transmitidas por Vetores, Samuel Garça. “Nosso trabalho é de orientação. Os agentes estão em campo diariamente para informar a população sobre os casos de Dengue, Zyka e Chikungunya. Agora vamos intensificar essa ação”, disse.
Além de receber os agentes, a população também deve estar alerta em relação aos cuidados com o quintal; o lixo doméstico, que representa 34% dos criadouros encontrados; e fossas abertas. Nessas, por não haver um tratamento específico, a orientação é que sejam fechadas quaisquer brechas ou rachaduras, uma vez que são locais propícios para proliferação do mosquito.
Já foram visitados pelos agentes os bairros Cidade Satélite, Cauamé, Jardim Primavera, Canarinho, Caranã, Tancredo Neves, Pricumã, Silvio Botelho e Nova Cidade. Até o dia 16, no entanto, serão visitados os bairros União, Asa Branca, Senador Hélio Campos, Piscicultura, Cinturão Verde, Operário e Cambará. A principal recomendação aos munícipes é atender os servidores.
“O que acontece é de a população não estar em casa durante as visitas por causa do horário de trabalho. Por isso, estamos pensando em algumas ações para finais de semana, feriados ou no final da tarde”, explicou. Caso o morador não esteja em casa para receber os agentes, a orientação é tirar um dia da semana para averiguar a área da residência em busca de qualquer recipiente que sirva de criadouro.
Todo o cuidado é pouco nessas horas. Segundo Garça, a maioria dos criadouros é formada por certo descuido da população. “O Aedes não põe os ovos diretamente na água, e sim nas bordas do recipiente. Acontece que ao invés de usar toda a água do recipiente e lavar as bordas, a população só vai completando a água. Unindo temperatura, água e umidade adequada, temos uma nova população de mosquitos em instantes”, relatou.
Além do resultado do último Levantamento Rápido de Índice de Infestação para o Aedes aegypti (LIRAa), que classificou Boa Vista com alto risco de infestação (4,8%), outro motivo para a realização do mutirão é a falta do inseticida utilizado para eliminar a população adulta do mosquito. O coordenador explicou o processo e reforçou a participação da população na luta.
“Primeiro há o controle mecânico, que é eliminar os criadouros e limpar os quintais. Após isso, é preciso eliminar a população de adultos com o uso desse inseticida. Acontece que estamos com falta em todo país e, independente disso, precisamos eliminar a forma larvária para que não chegue a virar mosquitos. Por isso, estamos com o mutirão nesses bairros que deram alta no Liraa”, concluiu.
LIRAA – Conforme o Liraa, Boa Vista foi classificada com alto risco de infestação (4,8%). A média do índice de infestação predial foi de 4,8% com 313 imóveis positivos para o Aedes. Dos 313 imóveis positivos, 93% correspondem a residências e comércios e outros 7% de terrenos baldios. Dos 54 bairros avaliados, 28 foram classificados como alto risco, 18 com médio e oito com baixo risco de infestação do mosquito.
Confira as próximas datas do mutirão de combate ao Aedes aegypti