Cotidiano

Mais de 5 mil hectares de floresta foram exploradas ilegalmente em RR

Os dados fazem parte de uma pesquisa divulgada pela Rede Simex

A Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), procurou à FolhaBV para esclarecer os dados de pesquisa realizada pela Rede Simex, divulgados no dia 29 de outubro, em uma reportagem que tratava sobre desmatamento ilegal em Roraima.

Em nota, a Fundação diz que, a pesquisa é resultado do ACT – Acordo de Cooperação Técnica Nº 02/2021 firmado entre Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia – IDESAM e que a Femarh tem como papel, subsidiar o Sistema de Monitoramento de Exploração Florestal Madeireira – SIMEX na Amazônia.

“O SIMEX é um Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira, uma ferramenta de monitoramento da Amazônia baseada em imagens de satélites, desenvolvida pelo Imazon em 2008, para avaliar Planos de Manejo Florestais e mapear áreas submetidas à exploração madeireira. Em 2020, com objetivo de expandir a atuação do Simex nos estados da Amazônia, foi constituída a Rede Simex, integrada atualmente por Imazon, Imaflora, Idesam e ICV”, ressalta o texto.

A nota afirma que, a Rede Simex foi responsável por identificar e vetorizar a exploração madeireira que é caracterizada pela retirada de determinadas árvores da floresta. O que segundo eles, é diferente do desmatamento.

“Para a identificação dessas áreas de exploração o SIMEX utiliza atualmente imagens dos satélites Landsat (5, 7 e 8) e Sentinel (2), que são obtidas a partir da plataforma de monitoramento ambiental Google Earth Engine (Gorelick, 2017). Além disso, para realçar as cicatrizes da atividade madeireira, ou seja, identificar corte seletivo dentro da floresta, as imagens de satélites são processadas por meio de algoritmos”, destaca.

Esclarece ainda que, posterior a identificação dessas áreas a Rede Simex disponibilizou os dados para a FEMARH para confirmar os resultados dos estudos, que realizou o cruzamento das informações com as áreas autorizadas de PMFS – Plano de Manejo Florestal Sustentável, bem como com áreas autorizadas para uso alternativo do solo.

Ainda de acordo com a Femarh, as análises revelaram que entre agosto de 2019 e julho de 2020 um total de 9.458 hectares de florestas tiveram exploração de madeira no estado de Roraima. Desse valor, 4.241 hectares ocorreram de forma autorizada pela Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado de Roraima (FEMARH – RR), divididos em 4.117 hectares em áreas de Plano de Manejo Florestal Sustentável e 124 hectares em áreas de Uso Alternativo do Solo.

O total de extração não autorizada foi de 5.217 hectares, distribuídos nos seguintes municípios:

Amajari – 3.818,46 hectares;

Rorainópolis – 783,16 hectares;

Mucajaí – 193,79 hectares;

Caroebe – 159,60 hectares;

São João da Baliza – 80,08 hectares;

São Luiz – 75,25 hectares;

Caracaraí – 66,00 hectares;

Cantá – 40,66 hectares.

“Dentre os sete estados analisados, Roraima ficou em 6º lugar no ranking, com apenas 2 % da exploração madeireira identificada no geral ficando somente a frente do estado do Amapá com 0,02 %. Logo, nosso estado se destaca como uma das menores explorações madeireira dos estados analisados”, continuou a nota.

Conforme nota enviada pelo Sindicato das indústrias de Desdobramento e Beneficiamento de Madeiras, Laminados e Compensados de Roraima (Sindimadeiras) no dia 4 de novembro à FolhaBV, as informações da Rede Simex, vão na contramão dos anseios da entidade, causando desconforto para o segmento. O texto ressalta, que as informações tencionavam crise, pois, seriam resultados de uma pesquisa realizada por alguns Institutos a partir de estudos incompletos, disponibilizados pela Femarh, levando a concluir pela exploração ilegal de madeira em diversos municípios do Estado.

Sobre esta afirmação, a Fundação diz que compreende que o estudo realizado é de relevante interesse, uma vez que apontou as áreas com exploração sendo possível nortear os trabalhos realizados pela Divisão de Monitoramento e Controle Ambiental e da Divisão de Fiscalização para responsabilizar os infratores e assim favorecer o setor madeireiro que busca atuar de forma legal na atividade de suma importância para e economia do nosso Estado.