Serão inclusos 512 alunos da rede estadual de ensino público em um calendário reformulado, no qual o término do ano letivo de 2018 só se dará em fevereiro de 2019. A estratégia é semelhante à adotada pelo município de Mucajaí, que também enfrenta problemas financeiros.
Tratam-se de estudantes matriculados nas três escolas que tiveram paralisação total dos serviços educacionais, devido à falta de transporte escolar: Albino Tavares, na zona rural de Boa Vista, com 233 alunos; Roraima, em Caracaraí, com 139 alunos; e José Pereira de Araújo, em Iracema, com 140 alunos.
“Estas escolas estão se organizando junto à Seed (Secretaria Estadual de Educação e Desportos) para voltar com o calendário de reposição, tão logo o serviço de transporte escolar se normalize. Será necessário, porém, nestes casos, que o ano letivo de 2018 adentre significativamente no ano civil de 2019. Medidas de preparação, organização e acompanhamento já estão sendo tomadas em conjunto entre a Seed e as escolas em questão”, explicou, por nota, a Seed.
O número, apesar de significativo, representa uma parcela pequena ao comparar com todos os 32.339 alunos cadastrados na rede estadual de ensino público. Entretanto, problemas de transporte escolar afetaram alunos de diversas localidades no Estado ao longo do ano de 2018, como, por exemplo, as diversas comunidades indígenas do município de Pacaraima, que chegaram a bloquear o KM 693 da BR-174, sentido norte, na altura da Boca da Mata, região do Alto São Marcos, em meados de outubro, em protesto à falta de transporte.
Ainda de acordo com a Seed, as escolas que paralisaram de forma parcial, ou seja, ainda ofertando o atendimento educacional apesar da falta de transporte, terminaram o ano letivo dentro do calendário estabelecido. A secretaria diz que acordos com pais foram selados, por meio de reuniões junto às comunidades, em revezar entre dias que poderão se dispor a organizar a ida de alunos aos colégios.
“Os pais se revezam para levar os alunos para casa, assim como escolas organizaram a ida do professor até a comunidade/vila mais próxima para dar suporte aos estudos dirigidos. Há também escolas que optaram pelo horário estendido, aumentando a carga horária diária para repor o que fora perdido; além de pais conduzindo os filhos em transporte próprio, de forma coletiva”, afirmou.
Ainda falando sobre as comunidades indígenas afetadas pela falta de transporte escolar, a Seed ressaltou que continua em busca de soluções para que o calendário ainda seja obedecido, mas que em algumas escolas isso não será possível para o término deste ano. “A despeito desses esforços (para garantir o cumprimento do calendário), há necessidade de estender o ano letivo, nestes casos, até fevereiro e, em alguns casos, até o início de março de 2019”, complementou. (P.B)