Cotidiano

Mais de 6 mil bebês prematuros foram atendidos em Roraima

Novembro é o mês de sensibilização sobre a prematuridade

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define como nascimento prematuro aquele que ocorre antes de 37 semanas de gestação e que, quanto mais prematuro for, pode trazer riscos de mortalidade ao recém-nascido pelo fato de não estar pronto para nascer. Nesse sentido, o mês de sensibilização sobre a prematuridade, ressalta a importância dos cuidados preventivos.

Em Roraima, nos últimos dois anos, mais de 6.500 bebês foram atendidos. Os casos de prematuridade são acompanhados no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth e os bebês recebem o acompanhamento pós-internação neonatal no Centro de Referência de Saúde da Mulher Maria Luísa Castro Perin, por meio do Projeto ‘Follow Up’, que significa ‘dar seguimento’.

Segundo a coordenadora do Núcleo de Pediatria e Neonatologia da Maternidade, Débora Maia, o parto prematuro pode ocorrer por inúmeros motivos, dentro de uma gravidez considerada de risco, mas há um fator principal responsável pela prematuridade do recém-nascido.

“É a infecção urinária não tratada corretamente no pré-natal. É responsável pelo nosso maior índice de prematuridade e pode provocar o parto prematuro em 30% dos casos quando o tratamento não é feito de forma correta. Por isso, realizar o pré-natal é importante para garantir que o corpo seja adaptado para uma gravidez segura e para evitar partos prematuros. Reforçamos a importância de que a gravidez seja planejada. Lembrando que os exames são importantes para estabelecer se a mulher tem critérios de risco ou para uma gravidez normal”, destacou.

Para minimizar o impacto da prematuridade no desenvolvimento do recém-nascido, a Maternidade conta com o ‘Método Canguru’, modelo de atenção neonatal praticado internacionalmente, preconizado no Brasil pelo Ministério da Saúde e que promove a integralidade do recém-nascido de baixo peso e sua família, com cuidados especiais e acompanhamento do nascimento à internação.

A médica neonatologista Celeste Wanderley, uma das profissionais que contribuíram para a implantação do Método Canguru na Unidade, explica que a cor da Campanha Internacional chamada ‘Novembro Roxo’ está associada ao trabalho de habilitação do Método.

“O roxo em si mostra a sensibilidade da criança prematura e reforça a transmutação do neném, que passa de um recém-nascido de cerca de 800 gramas, que precisa respirar com apoio de aparelhos, para um paciente independente que terá a saúde revigorada e que consiga mamar sozinho”, disse a médica.

O secretário de Saúde, Leocádio Vasconcelos, ressalta que o HMI é a Unidade do Estado totalmente preparada para atender aos recém-nascidos prematuros.

“Nós temos uma UTI neonatal completa, a sala de partos com profissionais capacitados para trabalhar com a gravidez de alto risco e o parto prematuro, equipamentos necessários para fazer a habilitação desse recém-nascido, desde reanimação devido a um parto grave, até o estabelecimento total da saúde desse bebê”, reforçou.
Centro de Referência em Saúde da Mulher dá continuidade ao tratamento dos bebês prematuros

Após ser concluída a missão de promover o peso do recém-nascido entre dois quilos e meio a três quilos, a família é referenciada para o Centro de Referência de Saúde da Mulher, onde será realizado, mensalmente, ou com intervalo de tempo estabelecido conforme a gravidade de cada caso, um novo acompanhamento.

Esta nova etapa é realizada pela equipe multidisciplinar do Follow Up, um atendimento ambulatorial que visa garantir o bom desenvolvimento, crescimento, ganho de estatura e continuidade do ganho de peso e todo o desenvolvimento cognitivo desse bebê, bem como passar as orientações necessárias que os pais devem ter para minimizar ao máximo as sequelas do pequeno paciente.

A médica pediatra do Centro de Referência, Ana Carolina Brito, esclarece que os bebês da UTI neonatal do HMI compõem o público principal do ambulatório do Follow Up, mas que também são atendidos, por meio de encaminhamento, recém-nascidos de municípios do interior e de comunidades indígenas.

“Os bebês prematuros são a principal clientela do Follow Up. Após atingirem dois quilos e meio e serem referenciados para nós pela Maternidade, eles recebem a avaliação inicial da pediatria e são encaminhados aos cuidados da equipe multiprofissional que atua em conjunto na habilitação da criança. É feito acompanhamento até a criança completar dois anos de vida”, complementou.