Nos quatro primeiros meses de 2019, os casos de malária chegaram a 5.142 em Roraima. Desse número, 3.699 foram pacientes que contraíram a doença dentro do território roraimense, 950 foram casos oriundos de outros estados e 493 importados de outros países. O número alto contrasta com todo ano de 2018, quando foram registrados 7.755 casos de malária.
A explicação está no fato de ano passado ter ocorrido um surto de sarampo, que exigiu das equipes de saúde uma atividade emergencial, deixando fragilizadas as outras políticas de combate às doenças virais.
Sesau afirma que reduziu casos com atuação
Mesmo com a quantidade alta, a gestão da Coordenadoria Estadual de Vigilância em Saúde (CVGS) afirma ter diminuído os casos de malária por conta da atuação intensificada.
“Já distribuímos mosquiteiros impregnados de inseticidas para os municípios prioritários, que são Caracaraí, Rorainópolis e Cantá, porque os índices eram realmente muito altos”, destacou o diretor da CVGS, Lincoln Valença. Ele informou que Roraima recebeu apenas 15 mil mosquiteiros do Ministério da Saúde, número muito inferior quando comparado com outras localidades e, por conta disso, está sendo feito um remanejamento para que os estados façam doações para o território roraimense.
O diretor destacou que a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) está fazendo parcerias com os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) para realizar ações em combate à malária, com equipes atuando dentro das comunidades. Estão sendo feitas capacitações junto aos distritos para levar conscientização e melhoria sanitária nas localidades.
Foto: Divulgação/Portal T5
Mais de 500 casos de dengue foram notificados este ano
Valença apontou que os casos de dengue precisam de um alerta maior, já que o período chuvoso teve início e pode aumentar a proliferação de mosquitos transmissores da doença. Até a primeira semana de abril, foram notificados 562 casos de dengue, sendo 65 confirmados em 2019. No ano passado, foram notificados 1.527 casos e 104 confirmados.
“É uma grande preocupação nossa. No ano de 2016, ocorreram vários óbitos em decorrência da zika e a população ficou assustada, logo cuidadosa. Em 2017, o comportamento da dengue foi frágil porque a população estava atenta e no ano seguinte, aumentou timidamente os casos e, esse ano, foram mais de 6.000% a mais”, garantiu.
Estão sendo feitas diversas ações para tentar aumentar a conscientização e informativo sobre os cuidados para prevenir a doença, já que não há uma vacina específica para isso. A ideia é tentar diminuir drasticamente esse cenário para evitar que tenha superlotação nas unidades de saúde. O Exército Brasileiro e a Defesa Civil devem ceder contingentes para intensificar o combate.
Falta de preservativos gera impactos no aumento de sífilis e HIV
De doenças virais, há o destaque para os casos de sífilis, que até esta sexta-feira, 03, houve a confirmação de 203 casos até o momento, sendo 123 deles na população masculina e 80 da população feminina roraimense. No ano passado, esse quantitativo era de 739 casos, dos quais 428 foram registrados em homens e 311 em mulheres. Os jovens entre 20 e 29 anos foram os mais atingidos, com 312 dos casos.
Já os casos de HIV, neste ano já foram registrados 158 casos da doença, sendo 119 casos em homens e 39 em mulheres. Novamente, os jovens entre 20 e 29 anos foram os mais atingidos, com 67 casos. De acordo com a Sesau, no ano de 2018 foram confirmados 620 casos de HIV, 433 foram homens e 187, mulheres.
“Tem também uma questão cultural do imigrante, que antes não tinha acesso a preservativos. Não existe baixa de preservativo, mas ainda assim temos dificuldades. Com o incremento populacional de pessoas que não estavam acostumadas a usarem camisinha, é notório o aumento”, comentou. Para tentar aumentar a conscientização, está sendo feita articulações com Organizações Não-Governamentais (ONGs) que atuam com os imigrantes.
Um caso de sarampo foi confirmado em 2019
Em 2018, foram notificados 605 casos de sarampo em Roraima, desses 362 foram confirmados e oito ainda estão em investigação. Neste ano, somente um caso foi confirmado, sendo de procedência venezuelana. (A.P.L)