Cotidiano

Mais de dois mil trabalhadores tiveram contratos suspensos

Esse número é resultado da crise no comércio, provocada pela pandemia do coronavírus

Em meio à crise da pandemia do novo coronavírus, trabalhadores do setor comerciário de Boa Vista se esforçam para minimizar os prejuízos provocados pela crise mundial. E é nesse contexto que a categoria celebra o Dia do Comerciário, nesta sexta-feira (30).

As perspectivas econômicas no setor comercial são animadoras, apesar do caos gerado pela pandemia, segundo o presidente do Sindicato dos Comerciários do Estado de Roraima (Sinteco), José Sipaúba da Silva, em entrevista à Folha BV.

Silva afirmou que o impacto foi negativo, mas acredita que o futuro pode ser promissor. “Nossa economia nacional já começou a dar bons sinais, o agronegócio já fez com que nossa balança comercial chegasse a 73 bilhões, o que não acontecia em 30 anos no Brasil. A situação dos comerciários de Roraima foi muito complicada, sofremos muito, mas estamos otimistas com um futuro mais produtivo. Já estamos com lojas abertas e os trabalhadores estão muito empenhados”, esclareceu.

Dados divulgados pelo sindicato apontam números preocupantes durante a pior fase da pandemia, em meados de março até agosto. “Mais de dois mil contratos de trabalho foram suspensos, incluindo redução de jornada e redução de salário, que impactaram negativamente na vida dos trabalhadores do comércio”, afirmou o sindicalista.

Segundo Silva, a situação só não foi catastrófica, porque eles puderam contar com o benefício financeiro do governo federal, principalmente trabalhadores de micro e pequenas empresas.

“Contamos com o seguro emergencial que complementou o salário das famílias. Quase 85% dos comerciários são pessoas que ganham um salário base e só 50% dessa parcela recebem salário e comissão”, explicou o presidente.

Imigrante venezuelana sofre com os impactos da pandemia, mas dá volta por cima

Ariana passou cinco meses sem trabalhar e agora comemora novo emprego como vendedora (Foto: Arquivo pessoal)

Há oito anos morando em Boa Vista, a venezuelana Oriana José Martinez Márquez, 28, constituiu família e já tem até casa própria. O caminho teve vários percalços, mas a imigrante não desistiu de lutar.

Durante a pandemia, o desespero foi inevitável. “Fiquei desempregada e meu marido também. Não foi fácil, passamos por momentos complicados. Pensamos em ir embora daqui para lutar por uma vida nova em outro estado, mas depois de toda preocupação, hoje estamos mais estabilizados e trabalhando”, afirmou Oriana.

A venezuelana começa a trabalhar em outro emprego, como vendedora em loja, com carteira assinada e todas as garantias trabalhistas. “Acredito que tem muita gente apostando no comércio de Roraima, mesmo com toda dificuldade que a pandemia trouxe. Creio em dias melhores”, finalizou.