Depois dos constantes atrasos na entrega de correspondências e até mesmo extravios, que geraram muitas reclamações dos usuários contra o serviço prestado pela Agência dos Correios de Roraima, a função de distribuição de encomendas e cartas foi vinculada à região operacional de Manaus (AM). A medida foi adotada na sexta-feira, 10, e faz parte de um plano estratégico da Agência Nacional dos Correios, com foco em resultados e qualidade no atendimento.
Segundo o diretor do Núcleo Regional dos Correios em Roraima, Amarildo Gomes, após consultoria realizada com as empresas Ernerst & Yong e Rolando Berger na área comercial e no setor de operações, os Correios se dividiram por macro região. “Boa Vista foi subordinada à área de operações, que consiste em distribuição de encomendas e cartas, a uma região operacional de Manaus, no Amazonas, que conduzirá o serviço junto a uma coordenação aqui, na Capital. A área comercial, responsável pelo atendimento das agências, terá uma Gerência de Atendimento e Vendas localizada em Boa Vista”, explicou.
O serviço realizado pelos Correios em Roraima tem gerado frustração e reclamações por parte dos clientes que esperam por encomendas via SAP, como vem sendo noticiado pela Folha desde o início do ano. Em virtude da situação, a medida também terá como objetivo desafogar a entrega de correspondências e cartas atrasadas, visando melhor atendimento à questão.
CORREIOS EM RORAIMA
Sindicalista teme que agência do Estado fique vinculada a Belém e haja demissão
Mais de dez anos após o episódio do “mensalão”, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) vem, desde 2011, desenhando uma reestruturação da agência em nível nacional. Em Roraima, a consequência seria a transferência de administração para subordinação de Belém (PA).
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos de Roraima (Sintect-RR), Ariomar Farias, os Correios de Boa Vista poderão sofrer enxugamento de quadro com fim de diretorias e fechamento de agências, funções operacionais e administrativas.
“Existe uma preocupação com o papel principal dos Correios na região, no caso, a função social. Considerando a situação financeira anunciada pela agência, a partir do segundo semestre de 2016 os Correios poderão não ter verba para pagamento de funcionários, sendo necessário um empréstimo já anunciado por mídias nacionais”, relatou Farias.
O novo presidente da Agência Nacional dos Correios e presidente em exercício do Partido Social Democrático (PSD), Guilherme Campos, convidou os presidentes dos sindicatos estaduais do país para uma reunião no dia 17 de junho, em Brasília, a fim de estabelecer um primeiro contato. De acordo com Farias, é esperado que a nova administração explane o que a reestruturação vai representar às agências e à população.
“Nosso receio é que a diretoria regional tenha fim e, com isso, tenhamos a criação de uma agência comunitária, em parceria com a prefeitura. Isso tira a responsabilidade e o compromisso da universalização do serviço postal, além de não contratarem mais servidores. Inclusive, a diretoria de Roraima precisa de contratação de mão-de-obra devido ao atraso das encomendas, o que está causando prejuízos para a população”, frisou. (A.G.M)