Cotidiano

Março teve temperaturas mais altas já registradas dentro de 137 anos

Em Roraima, período registrou média de 30,2 graus na temperatura, bem acima dos 29,8 graus de março de 2015

O ano de 2016 teve o mês de março mais quente dos últimos 137 anos, segundo a agência americana de Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA). Em Roraima, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou de 30,2 graus no mês passado, bem acima dos 29,8 graus registrados no mesmo período do ano passado.

Em comparação com a média global das temperaturas de março no século 20, o mês de março foi 1,07°C mais quente, quebrando o recorde de temperaturas registradas para o mês desde 1880, quando a NOAA começou a fazer o monitoramento sistematicamente.

A Organização Meteorológica Mundial (OMM), órgão das Nações Unidas para o clima e o tempo, comentou que “os recordes globais de temperatura foram esmagados novamente em março”. O órgão prevê que 2016 deverá quebrar os recordes de 2015, que em janeiro foi anunciado – pela NOAA e pela Nasa – como o mês mais quente da história.

Para o meteorologista da Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Ramon Alves, a baixa quantidade de chuvas contribuiu para o aumento das temperaturas. “Aliada à temperatura global e associada ao fator urbano também, tudo isso faz com que a temperatura aumente”, disse.

O fenômeno meteorológico El Niño, causador da forte estiagem e da seca enfrentada no Estado este ano foi outro fator que contribuiu para o aumento da temperatura. “Tendo em vista que só temos essa estação, o El Niño rege nosso período de chuvas aqui, ele é o responsável pelo período chuvoso fraco no Estado”, afirmou.

Para os próximos meses, o meteorologista informou que o período chuvoso deve aliviar um pouco as altas temperaturas. “O início do período chuvoso é sempre assim, em torno de 100 a 150 milímetros acumulados de abril e relativamente vai aumentando onde o pico é junho e julho”, previu.

Conforme ele, a tendência é que entre os meses de agosto e setembro o El Niño enfraqueça e transforme-se em La Niña. “O El Niño é o aquecimento das águas do oceano pacífico e isso faz com que iniba as chuvas para o Norte do País. O La Niña é o contrário, quando as chuvas para cá aumentam. No ano que vem provavelmente teremos um período chuvoso bem melhor do que tivemos nesses últimos anos que sofremos com o El Niño”, frisou. (L.G.C)