Os alunos veteranos da Universidade Federal de Roraima (UFRR) ainda não conseguiram realizar as matrículas para o semestre 2015.2. O processo, que estava previsto para iniciar nesta segunda-feira, dia 3, foi adiado sem previsão para início. O retorno às aulas, que estava marcado para o próximo dia 10, também segue indefinido. Os atrasos ocorreram devido à greve dos professores que completa 34 dias, hoje.
A Coordenadoria de Comunicação Social da UFRR informou que novas datas serão divulgadas após deliberação do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE). Ressaltou que a decisão representa o compromisso de evitar prejuízos aos alunos da graduação.
A presidente da Seção Sindical dos Docentes da UFRR (Sesduf-RR), Sandra Buenafuente, afirmou que a greve continua por tempo indeterminado, porém destacou que a categoria está em mesa de negociações com o Governo Federal. “Nós já apresentamos nossas propostas e o governo suas contrapropostas. Até o momento não entramos em acordo, mas esperamos que isso ocorra em breve”, disse.
Sandra informou que as reivindicações não se pautam apenas em reposições salariais. Segundo ela, o objetivo do corpo docente da UFRR é manter o caráter público da educação. “O governo está mercantilizando a educação. Está destinando recursos públicos para a educação privada por meio de programas como o Fundo de Financiamento Estudantil, o Fies, e deixando de investir nas instituições públicas”.
Segundo ela, todas as reivindicações defendidas pela Sesduf seguem uma pauta nacional. “Hoje, 41 universidades de um total de 67 estão em greve. Por isso, a categoria cobra, em nível federal, melhores condições de trabalho, reestruturação da carreira e a valorização salarial entre servidores ativos e aposentados”, disse.
A estudante do curso de Psicologia e membro da diretoria do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Tamiris Barros, declarou que, apesar das inconveniências proporcionadas pelo atraso no início das aulas, boa parte dos alunos defende a greve. “Precisamos de uma instituição de ensino de qualidade, na qual tenhamos os recursos necessários para o processo de aprendizagem à nossa disposição”.
Ela destacou que o movimento grevista evidencia a situação precária em que se encontra a universidade. “Nós já enfrentamos problemas logo no primeiro semestre, com a falta de professores para disciplinas básicas. Muitos cursos que precisam de laboratórios estão sem este recurso à disposição”, disse.
“A residência universitária, hoje, comporta o dobro de sua capacidade. Os estudantes de campo ficam muitas vezes sem ter condições de frequentar as aulas por falta de combustível. Nós apoiamos a greve, pois somos nós que mais sentimos essa precariedade”, complementou. (I.S)