Cotidiano

MEC anuncia mudanças na forma de avaliação dos cursos de Medicina

O Ministério da Educação (MEC) anunciou esta semana mudanças importantes na forma de avaliação dos estudantes inscritos nos cursos superiores de Medicina no País.

De acordo o ministro da Educação, Renato Janine, a mudança visa fortalecer a qualidade de ensino dada aos estudantes nas instituições públicas e privadas brasileiras.

Pelas novas regras, as faculdades e universidades de todo o País passarão agora a receber visitas in loco dos técnicos do MEC, para a renovação e descredenciamento de curso. Segundo o MEC, mesmo os cursos que tenham histórico de boas notas não serão dispensados da avaliação. A avaliação ocorrerá a cada três anos.

Outra mudança imposta pela nova regra é que os estudantes desses cursos serão avaliados nos segundo, quarto e sexto anos da graduação, como forma de garantir a qualidade da formação médica. As medidas passam a valer a partir do próximo ano.

Para o coordenador do curso de Medicina da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Antônio Sansevero, a medida passa a dar maior conforto às instituições, uma vez que com avaliações mais frequentes, será possível corrigir falhas prejudiciais para a formação dos alunos.

“Vamos dizer que esse foi um dos motes determinantes para que o Ministério da Educação, juntamente com o Ministério da Saúde, repensasse o modelo de formação em todo o País. Esse tipo de iniciativa, de se avaliar os alunos ao longo do curso, que já ocorre em outros países, só vem a somar com a qualidade de ensino nas instituições, pois passa a formar um modelo mais próximo da necessidade médica do País, e isso só é possível avaliando com rigor a qualidade do que é ensinado nas instituições”, disse.

Atualmente, a instituição é a única a ofertar o curso no Estado, tendo nota 3 de conceito geral em sua última avaliação com o MEC, considerada média boa na escala que vai de 1 a 5.

“O curso surgiu no ano de 1993, sendo que suas atividades iniciaram de forma definitiva em 1994. Ele passou por uma mudança radical em sua metodologia em 1999 e, de lá para cá, passou a desenvolver seu ensino voltado para a comunidade. É um curso com conceito 3, sendo considerado uma média boa, na última avaliação. Dois anos antes, tivemos a nota 4, considerada ótima. Infelizmente, por conta da crise do crescimento do curso, isso acabou refletindo na avaliação. Mas a instituição, frente a várias da região Norte, é uma das melhores, e a gente tem trabalhado fortemente para melhorar a qualidade de ensino para os acadêmicos”, pontuou.

Para o presidente do Conselho Regional de Medicina em Roraima (CRM-RR), Alexandre Marques, a medida é um começo para a restruturação da saúde pública no País, mas que é necessário maior empenho do Governo para garantir maior qualidade de serviço à população.

“É importante que esse profissional tenha condições de trabalho, condições de progressão dentro da carreira e condições de que os médicos se fixem nas localidades mais distantes e pratiquem uma medicina de alta qualidade e que, consequentemente, as pessoas tenham acesso a uma saúde que todos nós desejamos e almejamos”, salientou. (M.L)