Um médico que atua no posto Walter Gomes Portela, no distrito de Entre Rios, região de Caroebe, fez um alerta sobre um surto de malária que já atingiu mais de 25 indígenas waiwai da comunidade Macará. A situação também chegou a ser denunciada por moradores de vicinais próximas à comunidade, mas até o momento não houve ajuda ou posicionamento por parte do Distrito Sanitário Especial do Leste (Dsei Leste).
Em entrevista à Folha, o médico explicou que o tuxaua da comunidade procurou a unidade de saúde com outros cinco indígenas. Após o teste, das cinco lâminas recolhidas, quatro deram positivo. “O único acesso possível para chegar ao posto é pelo rio e tem criança doente. Por isso ele chegou pedindo ajuda com relação a combustível, porque não tem como ele trazer todos que apresentam os mesmos sintomas”, explicou.
Após o pedido de ajuda, o médico entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Caroebe, mas não obteve sucesso, tendo em vista os casos de malária ocorridos nas vicinais 11 e 15 de Entre Rios. Junto à Secretaria de Saúde do Índio (Sesai), o médico teve o mesmo resultado. Para ele, é de suma importância a atuação do Dsei Leste, responsável pela comunidade Macará.
“Não tem como a gente deslocar uma equipe nessa comunidade para uma ação. Estamos falando de gasto com comida, combustível e toda a medicação necessária. Se esses indígenas conseguirem chegar ao nosso posto, vamos atender todos, nós só não temos como ajudar nesse deslocamento. É importante que haja ajuda porque o surto está no começo, mas a tendência é piorar”, esclareceu.
Devido à falta de apoio, o médico destacou ainda que os indígenas estão abrindo um caminho pela mata na região da Vicinal 18. O objetivo, segundo ele, é facilitar o transporte dos doentes evitando o rio. “Falei que eu ia fazer o possível, mas sozinho não tem como. Se eles chegarem ao posto, nós vamos atender todos”, finalizou.
OUTRO LADO – A reportagem entrou em contato com o Dsei Leste, mas não obteve retorno.