Os profissionais de saúde do Sindicato dos Médicos de Roraima (Simed-RR) compareceram na frente da Área de Proteção e Cuidados (APC) na manhã desta segunda, 15, para cobrar a abertura do Hospital de Campanha. Os médicos alegam que não faltam profissionais aptos a trabalhar na unidade.
À Folha, o presidente do Simed-RR, Antônio Delmiro, afirma que os médicos que trabalham nas outras unidades de saúde do Estado vão disponibilizar tempo para atuar na Área de Proteção e Cuidados, porém, é necessário flexibilizar a carga horária.
Delmiro explica que o Sindicato dos Médicos apresentou uma lista com 160 médicos para a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), sendo que destes, mais de 140 foram encaminhados para o Hospital de Campanha. Dos 140, 120 se apresentaram efetivamente na APC. “A gente disponibilizou e a escala está sob comando do General Antônio Barros, coordenador da Operação Acolhida. Ele não flexibilizou, não repassou a escala médica para os médicos fazerem a escala. Ele não abriu mão. Inclusive, engessando que seja feito 12h por 36h. A gente está tentando negociar”, afirmou.
Segundo o presidente do Simed-RR, se a escala não tiver a rigidez, será possível cumprir a jornada com os médicos de Roraima. Caso contrário, a carga vai comprometer o trabalho realizado pelos profissionais nas unidades públicas de saúde, como o Hospital Geral de Roraima (HGR), principal fonte de atendimento aos pacientes com covid-19 no Estado.
“Se for 12h por 36h, um dia a folga será em uma quarta, outra vez quinta e outra sexta. Eu trabalho na quinta no HGR e como vou fazer se for 12h por 36h? Não posso estar em dois lugares ao mesmo tempo, isso é ilegal. Esse é o impedimento”, afirmou.
Além da escala, o presidente do Simed afirma que a Operação Acolhida exige a realização de curso pelos profissionais de saúde na Universidade Federal de Roraima (UFRR). “Os profissionais que estão na lista do Simed já atuam com pacientes do covid. Estão há três meses atuando. Ou seja, já tem experiência e prática. Então, não há motivos para retardar a abertura da APC. Se alegavam que o problema era os médicos, hoje está resolvido. Temos 120 médicos para começar a trabalhar amanhã ou até hoje”, finalizou.