O Sindicato dos Médicos do Estado de Roraima (Simed-RR) publicou nota de repúdio por conta do atraso dos pagamentos de salários dos médicos que atuam no interior do Estado. Os profissionais recebem seus salários por meio da Cooperativa de Serviços Médicos (Coopebras) e estão sem receber há mais de 30 dias.
“É inaceitável que os médicos atuantes nestas localidades não tenham recebido seus salários referente ao mês de junho até a presente data [05 de agosto de 2017], vencimentos estes que deveriam ter sidos pagos no início do mês de julho, há mais de 30 dias”, disse o presidente do Simed, Samir Xaud.
O representante dos servidores médicos que trabalham em Roraima salientou que o salário pago pela Coopebras é, na grande maioria dos casos, o único meio de sobrevivência dos profissionais lotados nos municípios do interior. “Esse atraso provoca dificuldades desnecessárias e transtornos vexatórios. Nos solidarizamos com todos os colegas médicos que vêm sofrendo com essa conduta e cobramos a imediata quitação dos valores vencidos”, afirmou.
Só em Rorainópolis, segundo maior município de Roraima, na região sul, são 22 profissionais que atuam na especialidade médica, com a realização de cerca de 1.000 cirurgias por ano. Caracaraí, ao centro-sul, e Pacaraima, ao norte, também são afetados. O Sindicato estima que cerca de 70 médicos não receberam os proventos.
Xaud denunciou também as condições de trabalho precárias das unidades de saúde que atendem a população roraimense. “Superlotação e a angustiante falta de leitos, constante falta de medicamentos tais como analgésicos e antibióticos, insumos diversos tais como gaze, fios de sutura”, denunciou.
O médico destacou que os problemas atingem diretamente a população mais carente dos municípios. “É certo que se trata de problemática já crônica, que afeta todos os Estados da Federação. Porém, cabe lembrar que são as pessoas mais carentes e mais fragilizadas, e que muitas vezes estão passando pelo seu momento mais difícil, que procuram atendimento médico nas unidades de saúde do interior, que são as que mais sofrem com essa falta de condições dignas de trabalho e falta de respeito profissional”, frisou.
OUTRO LADO – Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) esclareceu que as obrigações trabalhistas dos referidos médicos são de responsabilidade da cooperativa. “Um novo repasse financeiro para a instituição está previsto para o próximo dia 10”, informou.
Sobre falta de material e equipamentos, a Sesau afirmou que as cirurgias estão sendo realizadas normalmente e não há falta de material cirúrgico para os procedimentos gerais, exceto em casos específicos. “Quanto aos medicamentos, as unidades recebem semanalmente novas remessas de acordo com o pedido feito por cada hospital. Quando algum remédio se encontra em falta, as unidades verificam a possibilidade de substituição por outro medicamento equivalente. Caso contrário, a Sesau solicita o remanejamento da medicação de outra unidade que contenha determinado item em grande quantidade para que nenhum paciente fique sem assistência”, afirmou.
Segundo o Governo do Estado existe um serviço de gerenciamento dos estoques. “Com base nesses relatórios, estamos trabalhando para reduzir as chances de novos desabastecimentos, iniciando os processos de compra com pelo menos seis meses de antecedência”, informou. (L.G.C)