Cotidiano

Medidas preventivas influenciaram na diminuição das fugas na Pamc

A última delas, registrada na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), ocorreu há 54 dias

O secretário estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc), Uziel Castro, e o comandante-geral da Polícia Militar de Roraima (PMRR), coronel Dagoberto Gonçalves, trataram sobre as recentes medidas de segurança aplicadas em Roraima, como a criação da Cúpula de Segurança e a instauração da Operação Sétimo Mandamento 24/7, em entrevista ao programa Agenda da Semana, na Rádio Folha 1020 AM, no domingo, 31.

De acordo com o Castro, houve uma determinação da governadora Suely Campos para que fossem tomadas providências em relação aos índices de criminalidade e às constantes fugas em massa registradas na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), entre elas, a criação da Cúpula de Segurança.

Para o secretário, as medidas já estão apresentando resultados, com uma redução das evasões. A última fuga em massa registrada na Pamc ocorreu no início do mês de junho, no dia 07, ou seja, nesta segunda-feira, 1º de agosto, completam 54 dias sem nenhum incidente.

“Falava-se em crise no sistema prisional, e não há crise no sistema prisional. O que ocorria era um problema localizado na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo. Um presídio muito grande, muito antigo, que de agrícola não tem nada. Foi cumprida essa determinação e construída uma comissão, denominada Cúpula da Segurança, em que foram traçadas metas e ações. Isso está sendo cumprido à risca e está mostrando resultados”, assegurou o secretário.

Uziel Castro também ressaltou a participação da Polícia Militar na penitenciária, que, para ele, é essencial para prevenir a evasão dos presos. Segundo Castro, se não fosse a presença da PM no presídio, as rebeliões e fugas continuariam a acontecer. O secretário disse ainda que acredita que a permanência dos policiais militares na Pamc é uma medida de segurança pública, pois a presença dos PMs impede um aumento do número de foragidos, cometendo delitos nas ruas da cidade. “Hoje nós temos ali mais de 250 policiais militares, fazendo o trabalho que não seria da polícia e sim dos agentes penitenciários, mas, por conta do efetivo reduzido e como não temos condição de fazer um concurso público para ampliar a categoria, essa foi a medida encontrada”, salientou.

Outras medidas apontadas pelo secretário, para a redução de incidentes, são a instalação de câmeras de videomonitoramento, a participação dos presos em projetos de ressocialização, como aqueles que trabalham com educação e atividades como pintura, limpeza e capinagem, além de atuarem nas obras para melhorar o ambiente da penitenciária.

“Nós também estamos com obras lá dentro, reformando alas. A governadora determinou que fosse feita uma estação de tratamento de esgoto, por isso também que as obras mais significativas estão demorando a começar”, afirmou. “Estamos providenciando a compra do kit de higiene também, que é um direito deles, só que é muito burocrático. O orçamento da Sejuc é para pagar salário e alimentação. Então todas as outras ações dependem praticamente de remanejamento de recursos”, explicou o secretário.

SÉTIMO MANDAMENTO – Com a implantação das medidas para evitar as fugas daqueles que se encontram dentro de uma unidade prisional, também foram tomadas providências para reduzir a criminalidade e diminuir o número de assaltos praticados em Roraima. O comandante geral da PMRR, coronel Dagoberto Gonçalves, reiterou a realização da Operação Sétimo Mandamento, que costumava ocorrer somente aos finais de semana e que começou a ser desenvolvida durante a semana, nos pontos mais críticos, em 19 bairros da Capital, com a integração de órgãos municipais, estaduais e federais de segurança e que já resultou na redução diária de 14% dos roubos em Boa Vista.

“Desde a implantação da operação, já se apresentam resultados expressivos, com a recaptura de foragidos e delinquentes que vinham cometendo crimes”, avaliou coronel Gonçalves. “A Polícia Militar está na rua e até com folga reduzida, mas justamente porque se faz necessário, nesse momento, que as ações de prevenção e repressão imediata sejam desenvolvidas agora mais fortemente, com todos os organismos de segurança integrados”, finalizou. (P.C)