O aumento de casos suspeitos de microcefalia, doença que pode estar associada ao zika vírus, fez com que o número de consultas de pré-natal crescesse em Boa Vista. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, 2.527 gestantes procuraram os postos de saúde nos dois primeiros meses do ano, 16% a mais do que no mesmo período de 2015, quando 2.179 grávidas fizeram os exames de rotina.
O acompanhamento gestacional, com início no primeiro trimestre da gravidez, é fundamental para a identificação de fatores de risco, entre eles a infecção pelo zika vírus. Todos os exames de rotina preconizados pelo Ministério da Saúde (MS) durante a gestação estão garantidos, inclusive eletroforese de hemoglobina e testes rápidos de HIV e sífilis.
Nos postos de saúde da Capital, a preocupação de quem está esperando um bebê é grande. Moradora do Caimbé, na zona Oeste, Maria Cristina só sai de casa após o uso de muito repelente. Grávida de quatro meses, ela contou que toma todos os cuidados para evitar o zika vírus durante a gestação. “Quando me falaram sobre a doença, eu fiquei muito preocupada. A gente se previne para não deixar água parada, sempre uso repelente e procuro sair de calça comprida e blusa de manga”, disse.
A dona de casa Clarice Machado afirmou que recebeu dicas sobre o zika e a microcefalia durante as consultas de pré-natal. Grávida de quase oito meses, ela não usa repelente, mas explicou que toma todos os cuidados contra o mosquito Aedes aegypti em casa. “A gente sempre tem que se prevenir, independentemente da situação. Na minha primeira gravidez, não fiz o pré-natal corretamente, mas agora estou indo a todas as consultas”, frisou.
Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde do município, Emerson Capistrano, os profissionais têm relatado a maior procura por exames pré-natal, inclusive nas unidades particulares. “Os nossos dados não contam com a rede privada, mas os médicos afirmam que também houve crescimento e que as mulheres estão cumprindo o pré-natal mais rigorosamente”, afirmou.
Conforme ele, todos os exames preconizados pelo Ministério da Saúde estão sendo direcionados com acesso mais fácil às gestantes. “Estamos dando prioridade para a marcação e realização dos exames laboratoriais disponíveis. As gestantes identificadas com sintomas de Zika vírus estão sendo monitoradas. Tivemos um certo desabastecimento de vacinas pelo MS, mas não deixamos faltar”, ressaltou.
De acordo com o superintendente, a Prefeitura está realizando trabalho de orientação às gestantes quanto ao risco de microcefalia e zika vírus. “Procuramos orientar com várias notas técnicas baseadas no que recomenda o Ministério da Saúde no sentido de detectar casos suspeitos. Alertamos às gestantes sobre os perigos e modos de prevenção para dar um melhor suporte durante o pré-natal”, destacou. (L.G.C)