Em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Folha FM, o deputado federal Gabriel Mota (Republicanos-RR) explicou o cenário em que se encontra a discussão a respeito da possibilidade de exploração de petróleo na bacia sedimentar do Tacutu, em Roraima. Segundo ele, após a emissão de uma manifestação conjunta do Ministério do Meio Ambiente e de Minas e Energia, será realizado um leilão, para que a empresa compradora faça pesquisas e inicie a exploração na região.
O pedido de manifestação conjunta dos ministérios, para autorizar o leilão das áreas para a exploração de petróleo, foi feito pelo deputado em um encontro com o secretário adjunto do Ministério do Meio Ambiente. De acordo com ele, o prazo para a emissão do documento é de 30 dias e deve ser encerrado no início de julho.
“Conversei com a ministra Marina Silva, falei sobre a manifestação conjunta e que não iria afetar nenhuma questão do meio ambiente ou terra indígena, e ela nem tinha conhecimento sobre isso. Pediu para eu procurar o secretário adjunto, que daria andamento ao documento. Ele me recebeu lá e disse que em 30 dias daria essa carta, o prazo vai até julho. Nesse período, fizemos as audiências, que foram muito boas, a população roraimense está com muitas expectativas. Precisamos urgentemente criar uma matriz econômica para o estado”, disse.
Gabriel Mota comparou a situação de Roraima ao do Amapá, onde também é discutida a possibilidade de exploração petrolífera. Segundo ele, o processo de licenciamento para a realização da atividade no Amapá está avançado e deve ser aprovado antes do final do ano. “Roraima e Amapá devem sair juntos nessa exploração de petróleo e gás”.
Na última terça-feira (18), a Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados realizou, em Brasília, uma audiência pública para tratar sobre a futura exploração de petróleo na bacia sedimentar do Tacutu.
No encontro, estiveram os representantes dos dois ministérios, da Petrobras, da Agência Nacional de Petróleo e Biocombustíveis (ANP), além do governador de Roraima, Antonio Denarium (Progressistas), dos prefeitos Arthur Henrique (MDB), de Boa Vista, Joner Chagas (Republicanos), de Bonfim, e Wenston Raposo (Progressistas), de Normandia, e 12 deputados estaduais.
O deputado esclareceu ainda que, após a emissão do documento, a ANP deve promover um leilão no primeiro semestre de 2025. Divulgou ainda que, em julho, irá até o Rio de Janeiro com o governador Denarium para conversar com a presidente da Petrobras e pedir para que “pressione a realização do leilão e a empresa participe”
“Qualquer empresa do ramo vai poder participar do leilão. A empresa que vencer vai fazer a pesquisa e iniciar a exploração. Se o nosso petróleo for comercial, ninguém mais vai segurar o Roraima. Só o que a Guiana recebeu em 2023 de royalties é cinco vezes o orçamento anual do estado. A gente sabe que aqui tem petróleo, porque na Venezuela e na Guiana também tem. […] Para desenvolver o estado a médio e longo prazo, a saída será pela exploração de petróleo”, acrescentou.