A importância da Floresta Amazônica para o armazenamento de carbono é crucial, porém, recentemente medições atmosféricas mostram que ela tem liberado mais carbono do que absorvido devido ao desmatamento e à degradação florestal. Segundo o estudo publicado recentemente pela revista internacional Proceedings of the National Academy of Sciences a degradação florestal causa mais prejuízos à Amazônia do que os desmatamentos.
Explicando de forma simples, o carbono é essencial para o surgimento e manutenção da vida no planeta, paradoxalmente, ao mesmo tempo que esse elemento é parte fundamental para os seres vivos e para o ecossistema terrestre, ele também é um causadores do efeito estufa.
O artigo de pesquisa mostra como as atividades humanas (desmatamento) e os distúrbios naturais (como incêndios) afetam a quantidade de carbono armazenado nas árvores da floresta amazônica. Ele detalha tanto as perdas quanto os ganhos de carbono que ocorrem acima do solo. A pesquisa mostra ainda, que a degradação florestal desempenha um papel fundamental em apresentar como o carbono é gerenciado e distribuído na Amazônia.
O estudo analisou uma área de 48.280,25 hectares de floresta usando o sistema LiDAR aerotransportado repetido em 99 transectos (dispositivo para observar o terreno ou a representação de um espaço). A tecnologia LiDAR utiliza lasers para mapear a altura das árvores e outras características do terreno de maneira precisa.
O estudo analisou também mais de 200.000 medições de solo de todo o mundo, e descobriram que só a Austrália abriga cerca de 160 bilhões de toneladas (7%) do carbono inorgânico do mundo (isso porque o carbono inorgânico tende a se acumular mais no solo em ambientes áridos e semiáridos).
Durante o intervalo entre as campanhas, a Proceedings of the National Academy of Sciences observou que 4,2% da área florestal apresentou perda na altura das árvores, o que sugere uma diminuição na vegetação. Essa perda foi associada a três principais atividades e eventos:
- Desmatamento (0,7%): Área desmatada para outros usos, como agricultura ou urbanização.
- Exploração madeireira (0,7%): Corte de árvores para extração de madeira.
- Incêndios florestais (2,8%): Queimadas que causaram danos significativos às árvores.
Esses resultados ajudam a quantificar o impacto das atividades humanas e eventos naturais na estrutura da floresta ao longo do tempo.
Vale lembrar que, o termo “degradação florestal” refere-se à eliminação parcial e gradual da vegetação florestal, através principalmente da extração madeireira e queimadas.
Com informações Folha de São Paulo e Revista PNAS.