AGENDA DA SEMANA

"Hidrelétrica pode gerar 3x a energia que o estado consome", diz Gabriel Mota

Em entrevista, parlamentar federal discute potencial de desenvolvimento, preocupações ambientais e alternativas energéticas para o estado

Deputado Gabriel Mota destaca avanços em infraestrutura e desenvolvimento para Roraima
(Foto: Reprodução)

O deputado federal Gabriel Mota (Republicanos-RR) concedeu entrevista ao programa Agenda da Semana neste domingo (6) para discutir os avanços e desafios do projeto da Hidrelétrica de Bem Querer, em Roraima. Durante a conversa, o parlamentar destacou os potenciais benefícios econômicos da obra, mas também expressou preocupação com os impactos ambientais e sociais.

Potencial energético e desenvolvimento regional

Mota afirmou que a hidrelétrica, se construída, terá capacidade para gerar 650 megawatts, o equivalente a três vezes o consumo atual de Roraima. Segundo ele, o projeto representa uma oportunidade histórica para o estado, com investimentos estimados em R$ 10 bilhões e a geração de 5 mil empregos diretos e 10 mil indiretos.

“É uma obra que pode transformar Caracaraí e toda a região, que hoje depende majoritariamente de empregos públicos”, disse o deputado, comparando o potencial de desenvolvimento ao de Foz do Iguaçu (PR), cidade que cresceu em torno da Usina de Itaipu.

Preocupações com impactos ambientais e sociais

Apesar do otimismo, Mota reconheceu os receios da população, especialmente em relação a possíveis alagamentos em áreas ribeirinhas, como Boa Vista, Caracaraí, Iracema e Mucajaí. Ele garantiu que, segundo técnicos do Ministério de Minas e Energia e do IBAMA, o reservatório seguiria apenas a última cheia do rio (2011), sem inundar cidades.

“Minha função como parlamentar é garantir que, se houver afetados, sejam devidamente indenizados. Vamos realizar audiências públicas para ouvir ribeirinhos, produtores rurais e pescadores”, afirmou.

Alternativas e desafios

Questionado sobre outras opções, como a Cachoeira do Tamanduá (Cotingo), Mota explicou que a localização em terras indígenas inviabiliza o projeto devido a entraves da FUNAI“Infelizmente, áreas indígenas dificultam obras estratégicas. O Bem Querer é a opção mais avançada, com estudos ambientais em andamento desde 2014”, disse.

O deputado também rebateu críticas de ouvintes que duvidam da concretização da obra, citando como exemplo recentes avanços na ligação elétrica com Tucuruí (PA) e no asfaltamento da BR-174 (trecho do Tuculuí). “Temos que pensar no futuro. Daqui a 30 anos, Roraima não pode depender apenas de energia externa”, argumentou.

Próximos passos

Mota adiantou que na quinta-feira (10) se reunirá com o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) para discutir a viabilidade do projeto. “Precisamos de transparência. Se os impactos forem maiores que os benefícios, a obra não deve sair”, concluiu.

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