A Organização Meteorológica Mundial (OMM) informou nesta quarta-feira (11) que há 55% de probabilidade de o fenômeno climático La Niña se desenvolver entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025. Caso ocorra, o evento será fraco e de curta duração, segundo as projeções mais recentes.
O fenômeno, caracterizado pelo resfriamento das temperaturas da superfície do oceano, poderia amenizar o período de calor extremo registrado em 2024. Apesar disso, a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, ressaltou que “o efeito de resfriamento será insuficiente para contrabalançar o aquecimento gerado pelos gases de efeito estufa, que seguem retendo calor na atmosfera”.
Mesmo diante dessa previsão, cientistas reforçam que as consequências de La Niña, ainda que significativas, serão moldadas pelo contexto do aquecimento global, que segue como principal fator de desequilíbrio climático global.
O que é La Niña e quais seus impactos?
La Niña é o oposto do El Niño e influencia o clima global de diferentes formas. O fenômeno costuma intensificar chuvas em regiões como Austrália e sudeste asiático, enquanto reduz a precipitação no sudoeste dos Estados Unidos e Brasil. No Oceano Atlântico, aumenta a atividade de furacões, impactando diretamente áreas vulneráveis.
Essas alterações climáticas podem durar de meses a anos, causando efeitos como inundações, secas e prejuízos à agricultura. Exemplos marcantes incluem as enchentes devastadoras na Austrália entre 2010 e 2011 e a intensa temporada de furacões em 2005, que incluiu o furacão Katrina.
Como fica Roraima?
Em Roraima, as previsões para o final de 2024 e início de 2025 indicam que, caso La Niña se confirme, a tendência será de um verão mais seco e com menos chuvas, como observado em eventos anteriores. No entanto, o fenômeno já trouxe aumento de chuvas, situação que pode no início do ano que vem, como informado pelo meteorologista Ramon Alves.
Segundo ele, a possibilidade de ocorrência de La Niña, ainda que fraco, pode aumentar ligeiramente o volume de chuvas na região. As chuvas devem acontecer principalmente em janeiro, fevereiro e março, quando as precipitações acumuladas podem ficar abaixo de 50 milímetros.