Um alerta feito na última quarta pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, aponta que a seca na Amazônia deve durar pelo menos até dezembro, quando o fenômeno El Niño atingirá a sua intensidade máxima. Até lá, as previsões de chuva do Cemadem indicam volumes abaixo da média.
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Desde maio, parte dos Estados do Amazonas e do Pará vem registrando chuvas abaixo da média. De acordo com o Cemaden, a situação pode ser uma consequência do inverno mais quente provocado pelo El Niño. O déficit de chuvas registrado entre os meses de julho e setembro no interior do Amazonas e no norte do Pará foi o mais severo desde 1980, segundo o Cemaden.
“Em grande parte do Amazonas, Acre e Roraima, observa-se uma anomalia de chuvas de -100 a -150 milímetros. Devido ao déficit acumulado de precipitação, a umidade do solo alcançou níveis críticos ao longo do mês de setembro”, informou o órgão.
Nível dos rios
O Cemaden alertou também que, com previsões abaixo da média para o início da estação chuvosa na Região Amazônica, entre novembro e dezembro, alguns rios podem não atingir os níveis normais este ano.
Em Roraima, segundo Censipam, a bacia do Rio Branco já se encontra na condição de muito seco, uma vez que o cálculo da média de precipitação acumulada (chuva) sobre a bacia, em 30 dias, resulta em -2.3 de anomalia. Quanto ao nível do Rio, a Agência Nacional de Águas (ANA), atualmente, se encontra próximo a 1,21 metros.
“Grande parte dos rios da Região Norte, entre os Estados do Amazonas e do Acre, encontra-se com níveis muito abaixo da média climatológica”, alertou o Cemaden.
Pela estiagem severa, o Estado do Amazonas registra 26 municípios em situação de emergência; 32 em alerta; dois em atenção, afetando 200 mil pessoas (50 mil famílias), aproximadamente.
El Niño
O fenômeno El Niño eleva as temperaturas do Oceano Pacífico e o aquecimento anormal das águas altera as correntes de ventos e as precipitações em diversas partes do planeta. Como se trata de um oceano muito grande, a elevação das temperaturas superficiais das águas tem um impacto no regime de chuvas.
No Sul do País, por exemplo, o fenômeno contribuiu para a passagem de um ciclone, que deixou 49 mortos e milhares de desabrigados. No Norte, o efeito é inverso, com seca extrema.
*Com informações do Estadão Conteúdo