CONSUMO DE ENERGIA

ONS está em alerta devido falta de chuva na região Norte

O diagnóstico sobre como o Operador vai lidar com a questão deve acontecer entre fevereiro e março de 2024

Rio Branco durante o verão 2023-24. (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)
Rio Branco durante o verão 2023-24. (Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV)

A falta de chuvas no Norte do Brasil, que sofre a influência do fenômeno climático El Niño, pode levar o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a adotar medidas excepcionais em 2024 para preservar os reservatórios da região. A explicação foi dada pelo o diretor-geral do órgão, Luiz Carlos Ciocchi, ao Estadão/Broadcast .

O diagnóstico sobre como o Operador vai lidar com a questão deve acontecer entre fevereiro e março do próximo ano, quando será possível fazer uma avaliação melhor. Segundo Ciocchi, os técnicos do ONS têm feito acompanhamento contínuo da situação e já levaram a questão ao Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CMSE).

“Dependendo da quantidade de chuva que entrar no começo do ano teremos de tomar algumas medidas. Não há sinal alarmante, mas monitoramento é contínuo”.

Entre as medidas que têm sido consideradas estão algumas de ordem operativa, visando principalmente poupar os reservatórios de cabeceira, seguindo as medidas que foram adotadas durante a crise hídrica de 2021, e eventuais despachos (acionamento) de usinas térmicas. De acordo com ele, a adoção de um conjunto de medidas mais cedo permitiria utilizar as termoelétricas mais baratas e segurar o acionamento daquelas com Custo Variável Unitário (CVU) maior, reduzindo o impacto tarifário para os consumidores.

Desafio

Outro desafio para o ONS tem sido lidar com as mudanças no perfil de consumo de energia no País, que tem se tornado cada vez mais complexo principalmente devido à expansão de fontes não despacháveis e à geração distribuída (GD), termo dado à energia gerada no local de consumo ou próximo a ele, de diversas fontes renováveis, como solar, eólica e hídrica.

Ciocchi diz que hoje o ONS já tem feito malabarismos para fazer o chamado “fechamento de ponta”, uma vez que todos os dias, no fim da tarde, o desligamento dos sistemas de GD cria uma demanda de aproximadamente 20 gigawatts (GW) por energia do sistema, em questão de três horas “e temos de colocar toda essa energia no sistema. Agora, imagine todo o preparo na sala de operação, e temos de fazer isso de maneira coordenada”.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.