Período seco será intenso e com possíveis recordes de focos de incêndio, avalia meteorologista da Femarh

Meses de janeiro, fevereiro e março são os mais secos em Roraima

Ramón Alves, meteorologista da Femarh (Foto: Rádio Folha)
Ramón Alves, meteorologista da Femarh (Foto: Rádio Folha)

O período chuvoso em Roraima é estabelecido entre os meses de abril até setembro e em outubro começa oficialmente o período seco no Estado, que se estende até março do ano que vem. A previsão é que o período seja bastante intenso e com recordes de focos de incêndio.

A avaliação é do meteorologista da Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh), Ramón Alves, durante entrevista ao programa Agenda da Semana na Rádio Folha 100.3 FM neste domingo, 29.

Ramon explica que historicamente e segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os meses de janeiro, fevereiro e março são os mais secos, onde as precipitações chegam a ser abaixo de 50 milímetros o acumulado mensal. 

“Ainda assim, a situação é melhor do que a do ano passado, quando tínhamos o El Niño e o aquecimento do oceano atlântico norte influenciando, inibindo as chuvas na nossa região. Esse ano estamos começando uma La Ninã de fraca intensidade e pra gente é bom, trazendo um pouco mais de chuva. Apesar da situação estar melhor que no período seco do ano passado, a situação ainda requer bastante atenção”, avaliou. 

Com relação às queimadas, Ramon explica que segundo o boletim da Femarh, foram registrados 41 focos de incêndio no mês de agosto e 73 focos no mês de setembro. O percentual é acima da média para os dois meses. Normalmente, a média para agosto é de 19 e 53 para setembro. 

“A média de setembro para focos é de 53, então já temos 37% acima da média. Em agosto nós também tivemos 115% acima da média. Então, esses dois meses já são um indicativo de como será o nosso período seco, que será bastante intenso”, declarou. Para o mês de outubro e dezembro, a previsão é de chuva abaixo de 100 milímetros, no acumulado do mês em Boa Vista. 

Comitê de Queimadas se prepara para impedir recorde de focos de incêndio

O meteorologista reforçou que até o momento, o Comitê de Queimadas já realizou duas reuniões para tratar do problema. O comitê é formado por instituições do Governo Federal, do Estado e dos municípios. 

“Já estamos todos cientes das condições climáticas do Estado e já estão sendo desenvolvidas algumas ações. Provavelmente no próximo mês teremos mais uma reunião”, completou. “O comitê faz essa articulação para que todos trabalhem juntos e todos estejam alinhados com um planejamento estratégico”, acrescentou.

Confira a entrevista na íntegra:

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