Prejuízo ao garimpo ilegal na TI Yanomami totaliza R$ 110 milhões

Casa de Governo ainda revelou que as operações de desintrusão registrou um aumento de 40% nos custos da atividade criminosa dentro da terra indígena

Um helicóptero foi localizado na região do Apiaú, em Mucajaí, e inutilizado em operação no último final de semana. (Foto: Divulgação/PRF)
Um helicóptero foi localizado na região do Apiaú, em Mucajaí, e inutilizado em operação no último final de semana. (Foto: Divulgação/PRF)

As ações de combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami já teria totalizado um prejuízo de mais de R$ 110 milhões, segundo o governo federal. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (11).

O valor apontado é referente a inutilização de aeronaves, motores e geradores, entre outros equipamentos usados na atividade criminosa e que dificultam a ação dos garimpeiros na área. Conforme a Casa de Governo, instalada em Boa Vista, somente com apreensões de ouro e outros minérios foram R$ 9 milhões de perdas. As apreensão de veículos e multas aplicadas já somam R$ 13 milhões.

Em outra frente, que se dá por meio de destruição e/ou inutilizações, já são R$ 19 milhões apenas com aeronaves, mais R$ 34 milhões com pistas de pouso e outros R$ 30 milhões referentes a maquinários e mais R$ 5 milhões em outras apreensões e/ou destruições.

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O extrato de custos do garimpo foi mapeado através do trabalho de inteligência realizado pelos órgãos federais. De acordo com a apuração, o aluguel de um barco para acessar a terra chega a R$ 25 mil; o frete de voo custa em torno de R$ 15 mil; e o garimpo tem pago a pilotos de aeronaves R$200 mil ao mês.

Nilton Tubino, diretor da Casa de Governo, ainda revelou que as operações de desintrusão do garimpo registrou um aumento de 40% nos custos da atividade criminosa dentro da terra indígena. “A grama do ouro comprado direto do garimpo está com custo elevado, em torno de R$ 370”, destacou o diretor.

Resultados mostram efetividade

Casa de Governo centraliza órgãos federais e coordena ações na terra indígena desde fevereiro deste ano. (Foto: FAB)

O governo federal afirma que todas as ações centralizadas e coordenadas pela Casa de Governo, que envolve 31 órgãos federais, estabeleceu ao garimpo ilegal a destruição da infraestrutura para a atividade no local. Segundo Tubino, os resultados das megaoperações mostram efetividade do plano de desintrusão do garimpo na TI Yanomami.

Os resultados já alcançados mostram a efetividade da articulação e do planejamento instituído a partir da instalação da casa de Governo. É importante destacar que estamos falando da maior terra indígena do Brasil, onde as riquezas do solo, dos rios, atraíram a atividade criminosa, com altos volumes de investimentos para a prática ilegal do garimpo. Mas estamos mostrando aos criminosos que não vamos tolerar a continuidade desta exploração.

disse o diretor.

Equipe em operação

Ainda conforme a Casa de Governo, mais de 560 servidores federais formam a equipe em atuação. Eles realizaram 967 operações de inteligência, fiscalização e repressão entre os meses de março, abril, maio, junho e o início de julho deste ano. Neste mesmo período, 58 pessoas foram presas.