Rio Negro registra maior seca desde 1902

Nível chegou a 12,69 metro em Manaus

Trecho do Rio Negro em Manaus (Foto: Marizilda Cruppe/Greenpeace)
Trecho do Rio Negro em Manaus (Foto: Marizilda Cruppe/Greenpeace)

O Rio Negro registrou a maior seca desde 1902 em trecho que atende Manaus (AM) nesta quinta-feira, 03. O nível do rio chegou a 12,69 m, às 17h (horário de Brasília) segundo dados levantados pelo Greenpeace Brasil da Rede Hidrometeorológica Nacional – RHN, Serviço Geológico do Brasil estação Rio Negro em Manaus. Até então, o menor nível já registrado no Rio Negro, na região da capital amazonense, foi de 12,7 m em 26 de outubro de 2023.

A informação é que está é a maior seca registrada desde o ano que se iniciaram as medições no local, em 1902. Segundo levantamento dos órgãos de fiscalização, o Rio Negro tem secado cerca de 14cm por dia desde 1º de outubro. Na primeira semana de setembro, o rio chegou a secar mais de 25 cm por dia, o que significa que o rio continuará secando nos próximos dias.

Para se ter uma noção da severidade da atual seca no Rio Negro na região de Manaus, o maior nível que o Rio Negro já alcançou foi de 30 m, registrado em junho de 2021. O Rio Negro percorre mais de 1,3 mil km do território brasileiro e é o maior afluente da margem esquerda do Rio Amazonas, o maior rio em vazão do mundo.

Seca histórica no Rio Negro, em Manaus (Foto: Mazirilda Cruppe/Greenpeace)

Segundo o porta-voz do Greenpeace Brasil, Rômulo Batista, a seca chegou mais cedo em várias regiões da Amazônia em 2024. A avaliação é que ela também está mais severa e mais extensa este ano. “Importantes rios da região sequer tinham se recuperado da seca histórica do ano passado quando foram atingidos pelo atual estiagem. De maneira geral, quase todas as bacias da Amazônia enfrentam recorde de estiagem em algum trecho”,

Segundo o boletim sobre a estiagem divulgado pela Defesa Civil na segunda-feira, dia 30 de setembro de 2024, a seca histórica que atinge o estado do Amazonas já impacta a vida de 747.642 pessoas em todo o estado. Todos os municípios do estado estão em situação de emergência.

Para Batista, todos sofrem com este cenário de evento climático extremo, mas principalmente as populações ribeirinhas, quilombolas, indígenas e periurbanas de Manaus. “É urgente garantir o acesso dessa população à água, alimentação, saúde, transporte, educação e acesso às zonas eleitorais no próximo final de semana, quando ocorrem as eleições municipais”, reforçou.

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