O Centro de Compostagem de Resíduos Orgânicos, local que garantirá o tratamento dos materiais destinados e a promoção da economia circular, será estruturado através da parceria da AVSI Brasil com a Prefeitura de Boa Vista, União Europeia e Fundação Banco do Brasil, foi apresentado na manhã desta sexta-feira, 21, durante o 2º Seminário de Economia Circular e Agroecologia do Projeto Boa Vista Acolhedora, no Hotel Aipana Plaza.
O evento contou com a participação de médios e grandes geradores, instituições públicas e privadas, agricultores, profissionais da área e estudantes para discutir a implementação do Centro de Compostagem de Resíduos Orgânicos no município.
O investimento social é de 2,6 milhões e a previsão é que comece a operar em setembro, deste ano.
Fabrizio Pellicelli, diretor presidente da AVSI Brasil, explica que a escolha por Boa Vista se deu por já ter relações estabelecidas no estado. Além disso, a atenção que o mundo atualmente deposita à região amazônica é o incentivo para promover projetos deste perfil.
“A Avsi está atuando aqui em Boa Vista desde 2018 e temos alianças fortes aqui. Neste momento, a agenda global coloca a Amazônia Legal como centro da temática de economia circular e entendemos que o município com sua nova política de reciclagem de resíduos sólidos poderá mostrar um modelo de funcionamento com grande atenção social para a população de Boa Vista”, explicou.
COMO IRÁ FUNCIONAR O CENTRO DE COMPOSTAGEM?
De acordo com Gabriela Andrade, gerente da AVSI Brasil do Projeto Boa Vista Acolhedora, o Centro de Compostagem irá agir na transformação dos resíduos sólidos em adubos destinados aos agricultores familiares, que irão produzir alimentos orgânicos para gerar renda.
“O Centro vai funcionar com a oferta dos resíduos sólidos dos grandes empreendimentos, que precisam elaborar e executar seus planos de gerenciamento de resíduos sólido, e transformar esses resíduos em recursos, que é o adubo orgânico, que vai ser fornecido aos pequenos agricultores familiares e servir para a produção de alimentos orgânicos em Boa Vista”, explicou.
Para poder instalar o Centro de Transformação Orgânica, a Prefeitura cedeu um espaço no Distrito Industrial. Arthur Henrique, prefeito de Boa Vista, explica como o município já atua na coleta de diversos resíduos de prédios públicos municipais. Agora, irá expandir o leque para a coleta de resíduos orgânicos e vê com bons olhos os resultados do projeto.
“A prefeitura já está separando resíduos gerados nos edifícios pertencentes a Prefeitura e vamos destinar para área onde irá funcionar o centro de compostagem. Como consequência, temos a preservação do meio ambiente e a geração de rendas, já que as pessoas introduzidas no projeto poderão vender os adubos ou produzir alimentos de qualidade”, explicou o prefeito.
A coleta de resíduos ainda se restringe a Prefeitura de Boa Vista no momento, onde caminhões coletam os resíduos dos prédios públicos. Quando o Centro de Compostagem for inaugurado, a coleta aos poucos irá se expandir para a população. Primeiramente, irá abranger alguns bairros e gradativamente irá se expandir para o restante da cidade.
A Prefeitura de Boa Vista ficará responsável pela compra de parte do adubo produzido, que será utilizado nos canteiros e espaços de jardinagem da cidade. Além disso, também se espera os insumos sejam doados aos agricultores.
Com práticas menos nocivas ao meio ambiente nas plantações, é possível gerar uma nova linha de produtos orgânicos e mais saudáveis.
VOCÊ SABE O QUE SÃO OS ECOPONTOS?
Comum nas grandes cidades, esses locais funcionam como um espaço de entrega voluntária de itens que não são mais utilizados pela população. Alguns móveis que não possuem utilidade, por exemplo, podem ser reaproveitados e transformados. Materiais recicláveis também podem ter destinos melhores, ao invés de ser descartado em vias públicas e gerar consequências, como problemas ambientais e danos aos serviços públicos.
A Prefeitura de Boa Vista está implantando os três primeiros ecopontos na cidade, sendo no bairro Caçari, no Nova Cidade e Cidade Satélite. O ecoponto será um estabelecimento fechado com controle rigoroso de acesso, onde terá uma empresa fazendo o gerenciamento dos resíduos.
“Os materiais que chegarem terão uma rotatividade diária e uma destinação adequada para as empresas licenciadas que processam cada tipo de material. É critério da empresa que vai gerenciar o ecoponto estabelecer contratos com áreas de destinação adequada e licenciada para que retire no final do dia esses resíduos de lá. Outro fator importante é que esses resíduos serão acondicionados em contêineres e caçambas para remoção”, declarou o secretário municipal de Meio Ambiente, Alexandre Santos.
Alexandre explicou ainda que os ecopontos terão uma finalidade educativa. “A intenção é que esses espaços sejam utilizados pelas instituições educacionais para que as pessoas, as crianças e os estudantes entendam o processo de coleta seletiva. Quais são os benefícios, o que economicamente traz de positivo para o município ou para o seguimento”, disse.
O que levar para estes locais?
Por exemplo aquele sofá velho, a televisão antiga que não funciona mais, a geladeira sem utilidade, o resto de entulho, madeiras e pequenas quantidades de galhadas, que não podem ser colocados na coleta pública e não é um volume grande para se contratar um contêiner.
Também materiais recicláveis (papel, papelão, vidro, embalagens, garrafas pet e alumínio). Todos estes resíduos são passíveis de processamento e transformação, ao invés de serem jogados de forma irregular em via pública, gerando sérios problemas ambientais, devem ser destinados aos ecopontos e de lá serão encaminhados para as Associações de Catadores e empresas licenciadas.
É importante citar que terá um limite diário para o descarte de materiais nestes locais: 1m³ de material por pessoa, o que equivale a cerca de 25% do volume de uma caçamba ou a uma caixa d’água de mil litros. O ecoponto será um estabelecimento fechado com controle rigoroso de acesso, onde terá uma empresa fazendo o gerenciamento dos resíduos.
