Os servidores do Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Roraima aderiram à greve dos servidores federais das categorias ambientais, que se estende a 25 estados do Brasil. Iniciada em 1° de julho, a iniciativa do grupo objetiva a valoriação salarial e a reestruturação de carreira.
O movimento nacional também inclui os servidores do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e Serviço Florestal e Ministério do Meio Ambiente (MMA). Porém, em Roraima, apenas os funcionários do Ibama aderiram.
A membra do Comando Nacional e Local de Greve, Raquel Sobral, explicou que os funcionários do Ibama buscam equiparação de salário com os trabalhadores da Agência Nacional de Águas (ANA). Além disso, segundo ela, o órgão carece de uma estrutura melhor para execução do trabalho.
“Nós precisamos de uma estrutura melhor para a gente poder ter um ambiente de trabalho favorável, além de tudo, a redução do fosso entre analistas técnicos e auxiliares. Em janeiro, deixamos de realizar os serviços externos para que pudéssemos ter nosso pleito atendido. Há 6 meses, o MGI [Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos] iniciou uma negociação conosco, mas a proposta que encaminhamos não foi atendida. A contraproposta apresentada pelo MGI foi rechaçada por todos e, no início de junho, recebemos um ofício de que a negociação havia sido encerrada sem nenhum acordo”, disse.
Diante desse cenário, ela afirmou que os funcionários optaram pela paralisação, a fim de chamar a atenção do Governo Federal e da sociedade para a insatisfação das categorias. Conforme Carlos Dantas, servidor do Ibama, a principal pauta é que a mesa de negociação com o MGI retorne o mais rápido possível, pois teria sido encerrada de forma unilateral por parte do órgão. Raquel ressaltou que o grupo está aberto ao diálogo.
“Há mais de 10 anos não temos recomposição salarial. Atualmente, a nossa carreira está com uma defasagem em torno de 43% de diminuição do nosso salário. O atual Governo Federal foi eleito com uma bandeira ambiental, mas não tem dado valor aos servidores que mais atuam nesse segmento. Para outras áreas, como a Polícia Federal e Rodoviária Federal, a gestão já ofereceu um aumento significativo dos salários”, pontuou Carlos.
Entretanto, até o momento, a resposta que a categoria teve a respeito da paralisação foi uma liminar do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), emitida em 4 de julho. Foi determinado o retorno de todos os servidores responsáveis pelo licenciamento ambiental, gestão de unidades de conservação, resgate e reabilitação da fauna, além do controle e prevenção de incêndios florestais e emergências ambientais.
“Nós estamos dependendo de uma audiência de conciliação, que acontecerá nesta quinta-feira [11]. Fomos cerceados do nosso direito de greve, pois estamos trabalhando mesmo durante a paralisação, e queremos conseguir reverter isso na audiência”, complementou Carlos.