Cotidiano

Menina pede violão para poder continuar aulas no CRAS

Mesmo sem instrumento, Estephany Magalhães pratica aulas de violão no CRAS há dois anos

Estephany Magalhães, de 12 anos, pratica aulas de violão no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), bairro Centenário, há dois anos. Apesar de ter grande paixão pela música e gostar de tocar, ela não tem o instrumento, e sua mãe não possui condições de comprar, por estar desempregada.

Em dezembro, o Centro realizará uma apresentação com os alunos para os pais e público prestigiarem. Para ter condições de se apresentar, Estephany mandou uma carta para a campanha Papai Noel dos Correios. “Estamos sem violão no CRAS, então gostaria de ter o meu próprio. Mas se você acha que o violão está muito caro, também sempre tive o sonho de ganhar patins”, menciona um trecho da correspondência.

Estephany vive no bairro São Bento, junto de sua mãe, pai e irmã mais nova, e recebeu a equipe de reportagem para contar um pouco de sua história com a música. “Lá no Cras existem três violões que são divididos entre mais de 30 alunos. Nós vamos revezando entre nós a hora de praticar. Não podemos levar os instrumentos para casa, nem nada do tipo, então a cada semana vamos dividindo entre nós. Ainda estou aprendendo a tocar. Eu queria ter o meu próprio violão para poder aprender mais rápido, e aproveitar para ensaiar, já que haverá a apresentação no mês que vem”, contou.

Sua mãe, Mariana Magalhães, conhecida como Dona Paula, de 29 anos, explicou que o ano de 2018 foi muito difícil para a família, que está morando no São Bento há sete meses, para tomar conta de uma casa. A meta da família é poder se mudar para o bairro Conjunto Cidadão no ano que vem, para buscar maior estabilidade financeira.

“Até então, morávamos no Senador Hélio Campos de aluguel. Como eu e meu marido estávamos desempregados, viemos para cá cuidar de uma casa, como troca de favor para um casal amigo nosso. Graças a Deus, meu marido conseguiu um emprego e eu estou aprendendo a fazer crochês e retalhos de tapetes para vender”, contou.

Dona Paula ressaltou que sempre acompanhou Estephany nas aulas, e que sempre incentivou as suas filhas a fazerem atividades que desenvolvam a criatividade, mesmo que não haja dinheiro para impulsionar a prática.

“Apesar de estarmos melhorando de situação, ainda não temos condições de comprar o que sabemos que tornaria a Estephany feliz. O professor dela até chegou a emprestar um para ela na semana passada, de tanto que ela insistiu em ter um instrumento para praticar. (…) Quando pediram para escrever as cartas, eu disse para minha filha que precisa ser algo que ela realmente precise agora, deixando de lado um notebook, um tablet, ou coisas do tipo. Ela sugeriu o violão, e eu disse que achei meio caro, mas que ela poderia pedir dando uma outra opção de presente. Mas sabemos que a prioridade dela é a música”, afirmou.

DOAÇÃO – Todos os anos, a Folha de Boa Vista publica uma série de reportagens contando a história de vida de algumas das milhares de crianças em Roraima que mandam cartas para a campanha Papai Noel dos Correios. Faça a sua parte! Vá para a entrada do portão lateral da agência central dos Correios, na Praça do Centro Cívico, 176, acompanhe outros relatos em correspondências e faça pelo menos uma criança ser mais feliz neste Natal. A campanha se estenderá até o dia 30 de novembro, e os presentes poderão ser entregues até o dia 7 de dezembro. (P.B)