
O mercado financeiro global voltou a registrar forte instabilidade nesta terça-feira (8), em meio ao aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Após um início de pregão otimista, embalado pela recuperação das bolsas asiáticas e europeias, o cenário mudou drasticamente com o anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, de um novo pacote de tarifas de importação.
Trump declarou que elevará para 104% as tarifas comerciais aplicadas à China, provocando reações imediatas no mercado. O dólar comercial, que havia começado o dia em queda, chegou a ser negociado a R$ 5,86 nas primeiras horas, mas inverteu a trajetória e fechou vendido a R$ 5,997 — alta de R$ 0,087 (+1,47%). Durante boa parte da tarde, a divisa foi negociada próxima da marca simbólica de R$ 6, maior valor desde 21 de janeiro, quando encerrou cotado a R$ 6,03.
Nos últimos quatro pregões, a moeda norte-americana acumula valorização de aproximadamente R$ 0,40.
Além da sobretaxa imposta à China, Trump anunciou uma ofensiva tarifária contra outros parceiros comerciais: 20% sobre produtos da União Europeia, 46% sobre importações do Vietnã e uma alíquota de 25% sobre todos os veículos estrangeiros. O presidente alegou que as medidas são uma resposta a países que, segundo ele, mantêm barreiras injustas contra produtos dos Estados Unidos.
A notícia foi mal recebida pelos investidores, que interpretaram o chamado “tarifaço” como um agravamento da guerra comercial global. A bolsa brasileira seguiu a tendência negativa e teve forte queda, atingindo o menor nível em quase um mês.
Especialistas apontam que a escalada protecionista pode impactar o crescimento econômico global, elevar a inflação importada e reduzir a atratividade de mercados emergentes como o Brasil.