O Ministério da Saúde anunciou na quinta-feira, 11, o fim da emergência nacional para Zika. A decisão foi tomada diante da redução do número de casos da doença em todo o País. No entanto, o cenário não é o mesmo em Roraima. Conforme a Secretaria de Saúde (Sesau), o número de casos confirmados da doença aumentou em mais de 50% no Estado.
De janeiro a abril deste ano, conforme a Sesau, foram confirmados 80 casos de Zika em Roraima, enquanto no mesmo período do ano passado foram apenas 51 casos. Isso significa que houve um aumento considerável de aproximadamente 56%.
A coordenadora geral de Vigilância em Saúde, Daniela Souza, acrescentou que em Roraima, e em alguns outros estados como o Pará, Rio Grande do Norte e Pernambuco, não houve diminuição, mas sim um aumento nos casos da doença. “Infelizmente estamos na contra mão do País”, comentou.
Segundo ela, o período chuvoso é um dos fatores que influenciaram no aumento dos casos de Zika. “Acreditamos que o fator climático foi crucial para o problema aqui no Estado, já que as chuvas começaram a cair de forma antecipada, mais precisamente em janeiro”, explicou a secretária.
Outro ponto que contribui para o acréscimo no número de portadores do Zika, é que Roraima sempre teve o Aedes aegypti circulando e, além disso, existem muitas pessoas suscetíveis para a doença, ou seja, que ainda não a adquiriram, o que aumenta a possibilidade de contraí-la.
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“Desde 2016 a gente vem com um trabalho intensificado, reunindo secretarias e órgãos para realizar ações educativas, principalmente nas escolas, com crianças e jovens”, afirmou Daniela.
Dados do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), mostram que mais de 70% do foco do mosquito está dentro do lixo domiciliar. Por isso, além do trabalho de conscientização, o Estado está auxiliando as prefeituras municipais com profissionais.
“Tendo em vista que o número de agentes de endemias não é suficiente, 37 bombeiros foram disponibilizados esta semana, para auxiliar no trabalho de visita às residências da Capital para aumentar o alcance das ações. Na próxima segunda, 15, o exército deve anunciar mais homens que serão liberados para auxiliar nas atividades”, destacou.
Do ano passado até o momento, o Estado já investiu mais de R$ 2 milhões em equipamentos para os agentes de endemias, veículos para deslocamento e 10 carros fumacê. “Abastecemos todos os municípios para combater o mosquito. Esperamos que estes números diminuam em breve, trabalharemos para isso”, concluiu Daniela. (B.B)
