Mesmo com operação, garimpeiros dizem em ato que ‘não vão desistir’

As operações de órgãos federais para a retirada de garimpeiros do território Yanomami, não desmotivou a classe. Em audiência pública na tarde desta quinta-feira (9), os mineradores ilegais disseram que “não vão desistir”.

Desde o dia 20 de janeiro, o governo Lula tem intensificado as ações na Terra Yanomami, após a repercussão de imagens de indígenas em estado de desnutrição e relatos de mortes de crianças por doenças tratáveis. Garimpeiros começaram a fugir da região depois que o espaço aéreo foi bloqueado pela Aeronáutica, por ordem do governo federal.

O ato dos mineradores nesta quinta-feira, ocorreu em frente ao Movimento do Garimpeiro, no Centro da capital. Um dos representantes da classe chegou a dizer na audiência que “se garimpeiro é bandido, o monumento tem que ser retirado”.

Em meio às mais de 150 pessoas no local, uma mulher que se identificou como dona de maquinários do garimpo, incentivou que os mineradores e pessoas que atuam nos acampamentos, continuem, pois ela “não sairá dali”. Também disse que não admite ser chamada de “invasora de terras”, pois sustenta diretamente 200 indígenas.

Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, garimpeiros que continuarem a ocupar ilegalmente o território estarão sujeitos a ações policiais como prisão em flagrante. Equipamentos para garimpagem e pistas de pouso clandestinas serão destruídas.

A estimativa do governo federal é que ao menos 15 mil pessoas atuem em garimpos na Terra Yanomami. Especialistas afirmam que a retirada de garimpeiros sem qualquer assistência do Estado, pode desencadear graves problemas sociais e econômicos não só em Roraima, como em outros estados da Região Norte.

Na última segunda-feira (6), uma reunião definiu que será prestada assistência social para os trabalhadores em garimpo; criada uma legislação que tratará da mineração em sistema de cooperativas de garimpeiros em áreas do estado, fora das reservas indígenas, e auxílio para a desintrusão da área indígena.

O encontro foi realizado entre o governador de Roraima Antônio Denarium, com os ministros Rui Costa chefe da casa civil, Rui Costa, José Múcio, ministro da defesa, com o ministro da justiça, Flávio Dino e com a participação do senador da república, Hiran Gonçalves e do chefe da casa civil do governo de Roraima, Flamarion Portela.