Cotidiano

Milhares de pessoas reverenciam seus entes

Dia foi de intenso movimento nos dois cemitérios da Capital, apesar do forte calor e de uma chuva passageira à tarde

A segunda-feira foi de intensa movimentação nos dois cemitérios da Capital por conta do feriado do Dia de Finados, data que anualmente é dedicada a reverenciar os mortos. Mesmo sob um calor intenso de 30 graus, as famílias boa-vistenses não deixaram de comparecer em peso para lembrar os seus entes queridos.

A comerciante Fátima Brito, 35, foi uma dessas pessoas. Há cinco anos a ela perdeu o irmão em um acidente de moto. Todos os anos, como forma de homenageá-lo, a comerciante leva flores para enfeitar o túmulo coberto em cerâmica branca. “Apesar de ser um dia muito triste, é uma data importante, porque é o momento em que a gente pode lembrar com carinho daquela pessoa que a gente amou em vida e fazer com que não se esqueça dela”, comentou.

No Cemitério Municipal Nossa Senhora da Conceição, no bairro São Vicente, zona Sul, mais de três mil pessoas estiveram presentes ao longo de todo o dia, depositando arranjos florais, limpando as lápides ou simplesmente acendendo velas.

Para ajudar os visitantes a renovar as preces para aqueles que já se foram, a Igreja Católica realizou, em horários alternativos, quatro missas, às 07h, 10h, 15h e 17 horas. “Esse é o momento de poder celebrar com as famílias que aqui têm seus familiares sepultados, louvar e bendizer a Deus pela vida e pelo bem que eles semearam”, afirmou o administrador e ex-bispo da Diocese de Roraima, Dom Roque Paloschi.

Segundo ele, a data também traz o significado lógico de renovação para os cristãos do mundo. “É o momento também de nós fazermos da morte o caminho da vida. Ou seja, diariamente, você e eu somos chamados a morrer para poder viver. A dinâmica da vida de Jesus foi morrer para viver, como a oração de São Francisco nos ensina, que é dando que se recebe e é morrendo que se vive para a vida eterna”, ressaltou.

PRIVADO – O Parque Cemitério Campo da Saudade também esteve bem movimentado durante todo o dia. Considerado o maior da Capital, o cemitério privado, localizado no bairro Centenário, zona Oeste, recebeu um público de mais de dez mil pessoas, ganhando um reforço extra no policiamento.

Assim como o cemitério público localizado no São Vicente, o local também realizou atos de fé, como missas para os católicos e cultos para os evangélicos.

Desde cedo, a aposentada Flora Matias, 67 anos, estava lá, cuidando da limpeza do túmulo de seus parentes. “Bate uma tristeza, pois são pessoas que a gente gosta, mas a fé em nosso Jesus Cristo é maior, e eu acredito que eles estejam em um lugar melhor”, frisou.