Cotidiano

Militares trabalham durante a noite para reformar pista de pouso da TI

Ainda sem prazo de conclusão, a reforma da pista vai permitir a futura instalação de um hospital de campanha no polo base, que atenderá casos de média complexidade entre os indígenas

Militares do 6º Batalhão de Engenharia e Construção (6º BEC) do Exército trabalham até durante a noite para tapar os buracos e concluir a reforma da pista de pouso da região de Surucucu, dentro da Terra Indígena Yanomami. A reforma é crucial para que a pista, com extensão de 1.100 metros, possa permitir o pouso de aeronaves de carga. 

Segundo informações, são dois turnos: durante a manhã, quando normalmente o tempo ainda está nublado e as aeronaves menores não conseguem pousar, e à noite. Na parte da tarde, a pista tem prioridade para receber aviões que trazem mantimentos e removem pacientes para Boa Vista.

“Essa pista vai viabilizar o trabalho de ação humanitária aos Yanomami. Os aviões de carga ainda não conseguem pousar por conta desses buracos. Nossa grande dificuldade é trazer materiais mais pesados para cá, inclusive maquinários”, explicou o sargento Fragoso.

A reforma é um pouco lenta justamente pela falta de equipamentos mais apropriados, como máquinas de recapeamento, por exemplo. E, mesmo o transporte de massa asfáltica em grande quantidade em aeronaves pequenas fica comprometido devido ao peso. 

A faixa central da pista já foi praticamente toda reformada, mas técnicos avaliaram que os acostamentos também precisam de recuperação. O governo pretende chegar ao local com aeronaves de carga, como o C-105 da Força Aérea Brasileira (FAB) ou até mesmo o KC-390.

SEM PRAZO

Ainda sem prazo de conclusão, a reforma da pista vai permitir a futura instalação de um hospital de campanha no polo base, que atenderá casos de média complexidade entre os indígenas, reduzindo o volume de deslocamentos aéreos para Boa Vista. Além disso, o governo pretende suprir o abastecimento de água perfurando poços artesianos e construindo cisternas, o que também depende de deslocamento de maquinário adequado para as obras.

Além de dispor uma pista asfaltada para pousos e decolagens, o polo base de Surucucu abriga o 4º Pelotão de Fronteira (PEF) do Exército Brasileiro. Por ali, a única forma de acesso entre diversas comunidades é exclusivamente por via área. O aeródromo fica a quase 300 km Boa Vista em pouco mais de 1h de voo sobre a floresta densa.