Cotidiano

Ministério Público denuncia acusado de assassinato e roubo de igreja

Conforme a denúncia do MP, José Nilton elaborou um plano para apropriar-se de dinheiro de uma igreja evangélica após saber dos planos da compra de um terreno para a instituição

O acusado de latrocínio e subtração do valor de R$ 450 mil pertencentes a uma igreja evangélica em Boa Vista, José Nilton Dias Gomes, de 42 anos, foi denunciado pelo Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR). O fato ocorreu em maio deste ano.

Conforme a denúncia do MPRR, em janeiro deste ano José Nilton passou a frequentar a mesma igreja que a vítima e, ao ter conhecimento do interesse dos membros em comprar um terreno para a construção da sede própria, elaborou um plano para apropriar-se de dinheiro da instituição.

De forma arquitetada, o denunciado se passou por corretor de imóveis, falsificou documentos e forjou a venda de um terreno em Boa Vista para a referida igreja.

Ulisses Moroni Júnior, promotor de justiça que investiga o caso, afirma que a intenção de José Nilton era simular a venda do terreno e receber o dinheiro. “Não houve nenhum registro de transferência do terreno, pois a procuração utilizada pelo acusado era falsa”, destaca.

A legislação brasileira prevê como crime subtrair para si ou para outrem, coisa alheia móvel, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la reduzida impossibilidade de resistência. Se resulta em morte, a pena é de 20 a 30 anos de prisão.

ENTENDA O CASO

José Nilton ofereceu o terreno para os dirigentes da igreja no estado do Amazonas, que manifestaram o interesse em adquirir o imóvel pelo valor de R$ 900 mil. Forjando ser a pessoa de confiança do proprietário, o acusado foi até Manaus, onde recebeu a primeira parcela do negócio, um cheque nominal à Gilberto Araújo no valor de R$ 450 mil.

A vítima trabalhava como faxineiro no Conselho Regional de Enfermagem de Roraima (Coren) e sem estar ciente do seu envolvimento na trama de José Nilton cedeu a conta bancária para o acusado, com a promessa de que o dinheiro seria para a compra do terreno.

“O denunciado disse à vítima que estava se separando da esposa e que necessitava de uma conta bancária ‘emprestada’, pois teria que dividir qualquer valor que fosse depositado em sua conta pessoal”, relata o promotor de justiça.

O denunciado foi ao banco no dia 19 de maio deste ano com a vítima para sacar R$ 443 mil e após se apossar do dinheiro, matou e ocultou o corpo da vítima. Em seguida, o acusado para encobrir o delito, relatou aos membros da igreja e a polícia, a versão de que Araújo havia sumido com o dinheiro da venda, e que teria planejado toda a fraude desde o início.

“Numa mistura de psicopatia e inteligência voltada para o mal, José Nilton acusou Gilberto de fazer o que, em verdade, o acusado fez: tramar a venda fraudulenta do terreno para a Igreja. Mas, a vítima também fora enganada por José Nilton, foi um instrumento de fraude que depois de usada, foi morta”, destaca trecho da denúncia.

Os familiares de Gilberto notaram seu desaparecimento e comunicaram a polícia. Imediatamente José Nilton surgiu como suspeito, pois a notícia do depósito na conta e o contato entre os dois era de conhecimento das pessoas próximas.

A partir daí foi iniciada uma investigação policial, que resultou na busca e apreensão de R$ 300 mil da venda do terreno. O valor estava enterrado no quintal da residência de José Nilton. Na ocasião o acusado foi preso onde encontra-se até então.

O corpo de Araújo foi encontrado pela Polícia Civil no último dia 11 de julho em um poço dentro de uma propriedade rural localizada no Projeto de Assentamento Jacamim, no município de Cantá.

Com informações do MPRR