Cotidiano

Ministro cobra melhorias na saúde

Plano integrado de ações define obrigações do Estado e dos municípios para melhor atender a sociedade

Em visita oficial ao Estado, ontem, 14, o ministro da Saúde,Ricardo Barros, assinou um plano integrado de ações de saúde em Roraima. O documento define obrigações do Estado e dos municípios de Pacaraima e Boa Vista exigindo atuação coordenada para atendimento da sociedade local e de imigrantes. 

A medida é resultado de estudos do Grupo de Trabalho (GT) para melhorar o atendimento nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) devido ao aumento do fluxo migratório. As ações esclarecidas no documento falam de ampliação e qualifica a assistência na atenção básica, hospitalar e de vigilância, definindo os responsáveis por cada iniciativa.

Durante a cerimônia, o ministro afirmou que o Estado e os municípios recebem recursos para serem revertidos em melhorias na saúde. Resta organizar os atendimentos, definir a obrigação de cada um.

“O plano vai clarear, dar norte às responsabilidadesestadual e municipais. Principalmente devido ao grande fluxo imigratório. Esse suporte é para que as estruturas de saúde atendam de forma digna aos roraimenses, indígenas e também aos imigrantes”, disse.

Sobre a atual situação do sistema de saúde do Município de Pacaraima, porta de entrada de venezuelanos, Barros, avaliou como positivo o atendimento no hospital da cidade.

No entanto, cobrou da secretária municipal, Kira Gomes, efetividade/resolutividade nas demandas para que o sistema de Boa Vista não seja sobrecarregado. “O atendimento é bom. No entanto,secretária, precisa ter mais resolutividade, porque se não resolver lá, na Capital o sistema de saúde é afetado”, argumentou.

Em resposta, a secretária de Pacaraima disse que com maior apoio do Ministério da Saúde, os trabalhos são reorganizados. “Com apoio do ministério,é possível realizar as ações. Se isso não acontecer, sabemos que o sistema da Capital acabará recebendo essa demanda”.

Sobre a atual demanda do Estado, a governadora Suely Campos (PP), disse que o sistema está comprimido, porque assume responsabilidades e competências do poder municipal.

“Nossas unidades de saúde chegam a atender 75% dos atendimentos de atenção básica, que deveriam acontecer nas unidades do Município. Se o Município não atende, então sobrecarrega a demanda do Estado”, destacou.

Segundo ela, em 2017, mais de 15 mil venezuelanos receberam atendimento. “Significa que ao mês as unidades do Estado atendem 1.250 venezuelanos. Isso está impactando muito”, disse. “Esperamos que com esse plano todos cumpram suas responsabilidades, com resultados positivos para a saúde”, acrescentou.

Entre 2016 e 2017, o Ministério da Saúde repassou mais de R$ 170 milhões para Roraima. Boa Vista foi contemplada com R$ 14,5 milhões para aquisição de equipamentos e reforma do Hospital da Criança Santo Antônio. Outros R$ 6,1 milhões para aquisição de 32 consultórios odontológicos, 21 ambulâncias, 14 vans de transporte sanitário e uma unidade odontológica móvel.

Pacaraima recebeu 73 equipamentos para o Hospital Délio Tupinambá, pertencentes a Força Nacional do SUS, no valor de R$ 324 mil e mais R$ 563 mil, para aquisição de equipamentos. A Funasa recebeu mais R$ 65 milhões.

“Os recursos existem. Precisam ser bem aplicados e devem ser fiscalizados. As mudanças são percebidas pelas ações. Cada município é responsável pela sua ação. O Estado também tem suas responsabilidades. Esperamos que com esse plano fique clara a responsabilidade de cada um, para que não fiquem jogando um para o outro”, finalizou o ministro da Saúde.