Cotidiano

Ministro virá a Roraima para evento que marca colheita da soja

Expansão de área plantada de 25 mil para 32 mil hectares colocou o Estado na posição de maior crescimento proporcional do País

O Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, confirmou que virá a Roraima, em setembro, para acompanhar a Abertura Oficial da Colheita da Soja. Esta será a primeira vez que o ministro virá ao Estado desde que assumiu o cargo, em maio do ano passado.

A articulação para a vinda dele partiu da comissão organizadora de evento, formada por diversos produtores do grão. “Fizemos o convite em conjunto com a Federação de Agricultura e a Superintendência do Mapa e, na semana passada, tivemos a confirmação da vinda dele ao Estado”, disse o presidente da comissão, o agropecuarista Antônio Denárium.

Os produtores esperam que a visita do Ministro da Agricultura possa divulgar o potencial da produção da soja roraimense e atrair novos investidores e empresas para a ampliação da cultura do grão. “Queremos que ele conheça as potencialidades de Roraima. Com a vinda dele, o Estado vai ficar na vitrine da agricultura nacional”, destacou Antônio.

A passos largos no crescimento da produção agropecuária no Brasil, Roraima caminha para um desenvolvimento produtivo cada vez maior de seu principal produto de exportação: a soja. A expansão de área plantada de 25 mil para 32 mil hectares, da última para a atual safra, gerou um aumento de 28%, que coloca Roraima na posição de Estado com o maior crescimento proporcional em todo o Brasil.

A expectativa dos empresários rurais que apostaram em Roraima para alavancar a produção do grão é que empresas de agroindústria, como fábricas de ração, granjas de porcos e frangos, se instalem no Estado. “O objetivo é se plantar mais e trazer novos investidores. Roraima é a última fronteira agrícola do Brasil e temos potencial muito grande de produção”, afirmou.

COLHEITA – O grão é plantado entre os meses de abril e maio e a colheita inicia ainda na segunda quinzena de agosto por cerca de 50 produtores dos municípios de Alto Alegre, na região centro-oeste, Bonfim, a leste, e na capital, Boa Vista. A abertura oficial, que ocorrerá em uma sexta-feira, dia 1º de setembro, no auditório do Centro Amazônico de Fronteiras (CAF), contará com palestras de empresários rurais e agricultores do setor. No sábado, 02, haverá o Dia de Campo, que marcará o início da colheita.

VARIEDADE – Cerca de 95% da área plantada com soja é da variedade BRS Tracajá, um tipo convencional com alto potencial de rendimento e com ampla adaptação e estabilidade de produção. Os outros 5% pertencem às variedades BRS 8381 e 7980, que, aos poucos, vêm ganhando espaço entre os produtores após estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que mostraram a precocidade da produção e a possibilidade da implementação de novas culturas depois da colheita.

EXPORTAÇÃO – A exportação de soja foi um dos fatores determinantes para a Balança Comercial de Roraima encerrar 2016 com superávit. Somente em outubro do ano passado, devido ao período da colheita do grão ter ocorrido em grande escala, o volume de exportação do grão no Estado chegou a U$$ 7.591.978,00 milhões, representando 69,67% do total registrado no período.

Toda soja plantada e colhida em Roraima é transportada por carretas pela BR-174 até o Porto do município de Itacoatiara, no Amazonas. De lá, o grão se junta com as produções dos Estados de Mato Grosso, Rondônia e Pará.

Ao custo de R$ 80,00 a saca, uma das mais valorizadas do País, toda a produção é exportada para a China e para o mercado europeu. Além do país asiático, Holanda e Rússia estão entre os principais compradores do grão roraimense.  A estimativa é que, com as 100 mil toneladas produzidas este ano, o faturamento bruto chegue a aproximadamente R$ 120 milhões.

CUSTOS – Roraima produz na entressafra brasileira, devido parte do território estar localizada no Hemisfério Norte do planeta. Ou seja, enquanto os produtores do restante do Brasil estão plantando, o Estado está colhendo a soja. Por ter oferta disponível numa época em que o Brasil praticamente já exportou todo seu excedente, Roraima tem um mercado diferenciado.

Mas plantar grãos em uma região isolada do País, como Roraima, tem um preço elevado, porém com várias vantagens. Em Roraima, o desembolso para o cultivo da soja fica em torno de R$ 1,8 mil por hectare e o custo total em mais de R$ 2,3 mil por hectare. Os preços passam de R$ 80 por saca, bem acima dos pagos em praças tradicionalmente valorizadas.

A estimativa da Embrapa é que até o ano de 2020 sejam cultivados em torno de cem mil hectares de soja integrados à bovinocultura de corte, com uma repercussão financeira de R$ 500 milhões ao Estado.  (L.G.C)