Cotidiano

Moradores cobram coleta de lixo doméstico

Em vários bairros da zona Oeste, as lixeiras na frente das residências estão cheias à espera do serviço de coleta

A Prefeitura de Boa Vista pagou R$ 54 milhões para a empresa Sanepav fazer a coleta de lixo na Capital, mas moradores de bairros da zona Oeste criticam o serviço, reclamam que há uma semana o carro coletor deixou de passar e o lixo doméstico se acumula na frente das casas. Para piorar, cães e gatos rasgam os sacos e o lixo se espalha na rua, entupindo bueiros quando chove.

As lixeiras da Rua CC-12, no Conjunto Cidadão, no bairro Senador Hélio Campos, por exemplo, estão cheias há mais de uma semana. “O carro deixou de passar e o lixo começou a feder. Aí vem o vira-lata, rasga o saco e o lixo se espalha pela rua. Depois chove e a água leva tudo para o bueiro. A rua fica inundada”, lamentou o estudante Maycon de Souza Júnior, de 16 anos.

Além da falta de coleta de lixo, moradores cobram a retirada de galhos e entulhos. Muitas ruas do Conjunto Cidadão estão sujas. “O pessoal da prefeita passou na semana passada e disse que a gente podia podar as árvores e colocar os galhos na frente de casa. Mas até hoje esperamos a caçamba”, reclamou outro morador.

Nas ruas Getúlio Correa de Pinho e Benjamin Pereira de Melo, ainda no bairro Senador Hélio Campos, moradores também cobram coleta regular de lixo doméstico e a retirada de entulhos. Eles também alegam que servidores da prefeitura passaram por lá e os autorizaram a colocar galhos e entulhos na frente das casas. “Quando vão recolher?”, perguntou a dona de casa Ana Maria Cordeiro, de 57 anos.

OUTROS BAIRROS – Outros bairros na zona Oeste também registram problemas na coleta de lixo. No bairro Santa Luzia, as lixeiras estão cheias. Na Rua Tertuliano Cardoso Ramos, antiga S-17, moradores cobram uma melhor prestação de serviço por parte da Prefeitura.

Na Rua Rosa Oliveira de Araújo, no bairro Pintolândia, cães e gatos atacam lixeiras transbordando. O serviço de coleta neste bairro, segundo moradores, também é ineficiente. Na Rua S-16, a aposentada Terezinha de Fátima, de 60 anos, disse que o pessoal da prefeitura já foi a sua rua, de piçarra, mas até hoje nada foi resolvido. “O pessoal joga até carniça ali. Quando chove o lixo se espalha. O odor fica insuportável. Só prometem, só prometem, mas até hoje não fizeram nada”, reclamou.

O carro coletor também não passa há uma semana na Avenida Padre José de Anchieta e na Rua Tucunaré, no bairro Santa Teresa. As lixeiras estão cheias também na Rua Reinaldo Neves, no bairro Jardim Floresta. (AJ)

SANEPAV – A empresa Sanepav Saneamento Ambiental assinou, em 2013, o primeiro contrato com a Prefeitura de Boa Vista. Somente naquele ano, ela faturou R$ 116 milhões dos cofres municipais. No ano seguinte, em 2014, outro contrato: mais R$ 20 milhões. Ano passado, a Sanepav teve novamente o contrato renovado e faturou mais R$ 54 milhões. Neste contrato é previsto até o serviço de coleta seletiva de lixo na Capital.

Além da coleta seletiva de lixo, que não acontece, a empresa tem que recolher o lixo doméstico e hospitalar, pintar meio-fio, varrer ruas e fazer a manutenção da lixeira pública, obedecendo às regras de manejo dos resíduos, o que não estaria ocorrendo. A Sanepav também ganhou contrato da Prefeitura para conservar prédios e colocar porteiros nas escolas da rede municipal de ensino. O contrato foi de R$ 20 milhões com duração de 12 meses.

A sede da empresa fica no município de Barueri, em São Paulo, Sudeste do País. Entre as atividades econômicas registradas no cadastro nacional, constam atividades relacionadas a esgotamento, descontaminação e gestão de resíduos, aluguel de máquinas e equipamentos para construção, coleta de resíduos perigosos, limpeza em prédios e domicílios, locação de mão de obra temporária e atividades de limpeza.

O gerente operacional da Sanepav, Ítalo Melo, deu detalhes ontem à tarde, à Folha, a respeito dos serviços contratados pelo Município de Boa Vista. A empresa, segundo ele, além da coleta de lixos doméstico e hospitalar, também varre ruas, capina e pinta meio-fio.

Na lixeira pública, conforme o gerente, a Sanepav faz a compactação e cobertura do lixo. Também amplia a área de depósito. A empresa ainda é responsável pelo tratamento horizontal e vertical da lixeira. “Na parte horizontal tratamos o chorume e na vertical, os gases”, explicou.

Sobre a falta de coleta de lixo em alguns bairros da zona Oeste, o gerente disse que está com 15 carros-coletores nas ruas, limpando a cidade, e mais de 700 agentes de limpeza, os garis. “Eles dão conta do trabalho”, garantiu.
Sobre os contratos com a Prefeitura de Boa Vista, Melo disse que o assunto é de responsabilidade do gerente financeiro da empresa, que estava, segundo ele, viajando para São Paulo. (AJ)

Prefeitura avisa que vai multar quem sujar ruas

Com relação aos serviços de limpeza pública, a Prefeitura de Boa Vista afirmou que vem seguindo o calendário de coleta e reforça que vários mutirões de limpeza foram feitos nos bairros citados na matéria. Ressaltou que é dever da população manter as ruas limpas e que as pessoas que jogarem lixos nas ruas podem ser multadas pelas equipes de fiscalização da Secretaria de Gestão Ambiental, que fazem rondas constantes nos bairros da cidade.

Frisou que o Código de Postura do Município estabelece que jogar lixo nas ruas é crime e quem insistir no ato será multado. “A população também deve denunciar quem deixa lixo, entulhos e galhadas nas ruas, por meio da Central de Atendimento 156. A ligação é gratuita e o telefone funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana”, destacou.

O serviço de coleta de entulhos e galhadas deve ser solicitado por meio do site da Secretaria Municipal de Economia, Planejamento e Finanças boavista.saatri.com.br, ou na própria secretaria, localizada na Rua Coronel Pinto, Nº 188, Centro. O contribuinte deve pagar uma taxa de R$ 40,00, no caso de galhadas, e R$ 120,00, para recolhimento de entulhos por carrada.