Moradores da Vila Félix Pinto denunciam falta de médicos no posto de saúde da comunidade

A Prefeitura de Cantá, em nota, negou a obrigatoriedade da compra de uniformes escolares e informou que a médica do programa Mais Médicos está de férias, com retorno previsto para terça-feira (3)

Segundo Adriana, que mora na comunidade, o posto de saúde Cícero Rodrigues de Moraes está sem médicos para atender a população. (Foto: Divulgação)
Segundo Adriana, que mora na comunidade, o posto de saúde Cícero Rodrigues de Moraes está sem médicos para atender a população. (Foto: Divulgação)

Moradores da Vila Félix Pinto, no município de Cantá, procuraram a FolhaBV para relatar que têm enfrentado dificuldades em diversos serviços essenciais. Segundo Adriana, que mora na comunidade, o posto de saúde Cícero Rodrigues de Moraes está sem médicos para atender a população. “Não tem médico aqui na Felix Pinto, não tem médico na Vila União. Já tem uma semana e a médica só vai voltar mês que vem. Isso é inadmissível”, afirmou.

Adriana também destacou a obrigatoriedade da compra dos uniformes escolares, que segundo ela, custa R$120 por unidade, um valor que muitas famílias não conseguem arcar. “Eu tenho dois filhos que estudam na escola da prefeitura e os uniformes têm que ser comprados. No meu caso, eu não tenho condição de comprar. Minhas crianças estão indo desde o meio do ano sem uniforme porque não dá”, relatou.

A qualidade da água fornecida na vila também foi apontada como um problema. Segundo Adriana, a água “é uma gordura junto com o barro, impossível para o consumo humano”.

Além disso, a moradora mencionou falhas no serviço de coleta de lixo, que segundo ela, não atende todas as ruas. “O carro do lixo só passa lá na avenida. Quem mora em ruas que não são na avenida, ou deixa o lixo lá na avenida ou toca fogo, porque o carro do lixo não passa”, disse.

Outro lado

A Prefeitura de Cantá, em nota, negou a obrigatoriedade da compra de uniformes escolares e informou que a médica do programa Mais Médicos está de férias, com retorno previsto para terça-feira (3). A administração também alegou que o serviço de coleta de lixo é realizado de forma adequada em todas as ruas da vila. Confira a nota completa:

“Sobre o fardamento escolar, nunca foi obrigatório, nem exigido pela Prefeitura que os pais adquirissem uniformes, e tampouco houve solicitação para que as escolas municipais fizessem tal exigência.

Além disso, não houve nenhum pedido ou abertura de ordem de fornecimento de uniformes escolares por parte da Prefeitura de Cantá para a empresa contratada.

Para atender à necessidade de fardamento dos alunos das escolas municipais, foi providenciado uniforme completo às crianças, por meio do contrato nº 031/2023, vigente até 02/2025.

Embora o fornecimento esteja garantido, a distribuição só poderá ocorrer após o período eleitoral, em respeito às regras de neutralidade e igualdade no processo eleitoral, preservando a integridade das eleições.

Em relação a situação do posto de saúde Cícero Rodrigues de Morais, a profissional do programa Mais Médicos tirou apenas 15 dias de férias, devendo retornar ao trabalho no próximo dia 03/09.

Para continuar no programa do MS, o Município precisa atender a obrigatoriedade das férias laborais dos médicos.

De qualquer forma, alguns atendimentos podem ser prestados aos moradores pelo enfermeiro da unidade de saúde.

Se os moradores tiverem necessidade, podem recorrer a médicos próximos, nos postos das vilas União (há 6 km de Félix Pinto) e Santa Rita. Para evitar desfalcar outras unidades, possíveis remanejamentos de médicos não podem ser feitos.

Em casos de urgência, a Unidade Félix Pinto possui ambulância e uma caminhonete para locomover os pacientes para localidades mais próximas ou para a capital, em casos graves.

Em relação à coleta de resíduos na vila, a moradora está equivocada, pois a equipe do caminhão de lixo passa em todas as suas ruas.

Naquela região, o trabalho é realizado há dois anos da melhor forma possível, apesar de a maioria dos moradores não dispor de lixeiras adequadas para a disposição dos resíduos”.

A redação também entrou em contato com a Caer (Companhia de Águas e Esgotos de Roraima), mas não obteve respostas até a publicação da matéria.

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