Moradores e empresas da Região 9, onde está situada Lethem, fronteira com Roraima, começaram a sentir a falta de suprimentos brasileiros, uma vez que a fronteira está fechada por manifestantes e cargas brasileiras não podem entrar.
Moradores relatam que aproximadamente $ 100 milhões de dólares em mercadorias estão agora paradas devido ao fechamento da fronteira. Essas mercadorias correm o risco de avaria e incorrem em despesas todos os dias em que ficam carregadas nos caminhões.
O protesto tem feito subir o preço das mercadorias em Lethem de 50% a 150% na última semana, segundo informações repassadas pela imprensa local. Moradores dizem, por exemplo, que uma bandeja de ovos que normalmente custava $ 500 dólares agora está sendo vendida por $ 900 e uma botija de gás de cozinha que custava $ 5000 agora está sendo vendida por $ 10.000.
Próximo à ponte do rio Tacutu, manifestantes brasileiros protestam em busca de um acordo transfronteiriço com o governo da Guiana. Há informações de que uma nova ação de protesto está planejada pelos residentes da cidade de Lethem para amanhã, quinta-feira, 23.
Autoridades roraimenses têm tentado um acordo para abrir a fronteira, mas a Guiana está resistente e alega temer o aumento de casos de Covid. Devido à legislação brasileira, imigrantes podem entrar no país em algumas circunstâncias, mas isso não vale para o contrário.
Os moradores brasileiros lamentam o fato de a fronteira estar fechada para viagens há mais de um ano, sem perspectivas de reabertura.
Os manifestantes brasileiros dizem que isso é injusto e bloqueiam o caminho de caminhões com destino à Guiana há cerca de duas semanas.
Diante de todos esses acontecimentos, os moradores de Lethem estão planejando pressionar o governo da Guiana a agir rapidamente a fim de evitar uma crise humanitária na região.