Moradores do município de Pacaraima, na região Norte do Estado, procuraram a Folha para denunciar um suposto esquema de exploração sexual infantil, que teria como vítimas crianças e adolescentes venezuelanas.
Uma servidora pública, que reside no município, disse que as crianças são obrigadas, pelos próprios pais, a se prostituir. “O que está acontecendo aqui é uma grande imoralidade. Essas meninas têm de 9 a 15 anos de idade e merecem o mínimo de respeito e dignidade. A questão da prostituição de venezuelanas sempre aconteceu aqui, mas agora parece que os pais viram a oportunidade de ganhar dinheiro explorando os próprios filhos. É um absurdo”, afirmou.
O aumento da exploração sexual na cidade causa desconforto e preocupação às famílias que moram ali. “A exploração infantil é um dos fatores mais negativos da migração de venezuelanos para o Brasil. As autoridades brasileiras precisam tomar medidas urgentes para acabar ou pelo menos combater este problema. Nós estamos muito envergonhados e indignados com o que está acontecendo aqui”, acrescentou.
Membro do Conselho Tutelar de Pacaraima, João Paulo Maia disse que o órgão recebeu a denúncia dos moradores. “Recebemos a informação, mas por não ser uma denúncia formal, teremos que repassá-la à Polícia Federal para que o caso seja investigado. Geralmente este tipo de problema acontece por conta dos venezuelanos que vivem na cidade, principalmente os povos indígenas”, afirmou o conselheiro.
De acordo com Maia, o órgão também vai formalizar a denúncia junto ao Ministério Público. “O Conselho Tutelar vai verificar esta situação junto aos órgãos responsáveis para adotar uma medida. Por ser um caso muito delicado iremos primeiro avaliar a situação, não podemos nos pronunciar neste momento. Só podemos agir quando a criança ou o adolescente tiver o seu direito violado, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente”, concluiu.
PF – Em nota, a Polícia Federal em Roraima informou que todas as notícias de crime encaminhadas à instituição serão devidamente analisadas para que sejam adotadas as devidas providências cabíveis. “Contudo, em razão da necessidade de preservação do sigilo, não divulgaremos detalhes das investigações que já estão em curso”, informou em nota. (B.B)