Nos últimos meses, o clima de insegurança tem tirado o sono dos moradores de conjuntos habitacionais localizados próximos ao Anel Viário, considerada importante rota de tráfego de veículos da Capital, na zona Oeste. Por conta do fraco policiamento, muitos populares tentam se defender como podem da ação de criminosos, que a cada dia estão mais audaciosos.
No Conjunto Pérolas do Rio Branco, localizado dentro do bairro Airton Rocha, os roubos a residências têm se tornado frequentes. Muitos moradores têm colocado grades de proteção em portas e janelas, mas nem isso tem inibido a ação dos criminosos. “A situação em relação a patrulhamento está tão crítica, que em muitas ocasiões a gente tem que dormir durante o dia e passar a noite acordado, porque, se bobear, é capaz de não encontrar mais nada dentro de casa”, comentou a dona de casa Francisca das Chagas Ribeiro.
Segundo ela, as ações criminosas costumam sempre ocorrer por volta da meia-noite, justamente o horário em que as viaturas do Ronda no Bairro estão operando em outras regiões. O tráfico de drogas também tem sido comum em algumas localidades do residencial. “O lance do policiamento é que infelizmente eles não estão sendo tão efetivos como deveriam. A polícia passa durante o dia, mas os criminosos começam a agir à noite, principalmente na madrugada. Nesse horário, você não pode mais sair na rua, porque senão vira alvo deles, além de que é comum ver a venda de drogas”, frisou.
Para a autônoma Eliane Oliveira, a implantação de um posto de policiamento poderia ajudar na contenção do avanço da criminalidade no bairro, dando maior sensação de segurança aos moradores. “Infelizmente, o policiamento no bairro deixa a desejar. Aqui, na quadra onde eu moro, apesar de ser tranquilo, eu já me tranco em casa bem cedo, lá pelas 20 horas. Quando tenho aula, na volta, nem paro no meio do caminho, justamente para não correr o risco de ser assaltada”, comentou.
Da mesma forma que no Pérola, o Conjunto Cidadão, localizado no bairro Senador Hélio Campos, também tem sofrido com a ação de criminosos. No entanto, o comércio tem sido alvo preferencial dos bandidos, que costumam a agir no período noturno. “Na semana passada, um rapaz foi assaltado quase em frente a minha loja e o bandido o ameaçou com uma faca. Infelizmente, a situação só tem piorado. Eu tive que mudar para esse ponto comercial, porque, no anterior, eles tentaram por quatro vezes invadir para roubar. É preciso que a Polícia Militar tenha uma ação mais eficiente aqui”, disse o comerciante Francisco Batista.
GOVERNO – Em nota, Governo do Estado informou que a Polícia Militar realiza periodicamente levantamento dos bairros com o maior número de incidência de ocorrências para realizar operações que visem coibir a criminalidade nestes locais.
Segundo a nota, o Comando de Policiamento da Capital (CPC), por meio do o 2° Batalhão, está realizado uma série de ações em bairros da zona Oeste, entre elas a Operação Matriz, que tem como objetivo evitar os roubos e furtos em residências, veículos automotores, principalmente motocicletas, pessoas portando telefones celulares, entre outras situações delituosas nas subáreas da zona oeste da cidade.
“Segundo o comandante do 2° BPM, coronel Josué Hilace, desde o início da operação houve uma redução de 15% a 20% nos números de ocorrências nas subáreas de abrangência do Batalhão, principalmente nos bairros Senador Hélio Campos, São Bento e Equatorial”, diz a nota.
Frisou ainda que as abordagens são realizadas em locais com aglomeração de pessoas, como praças, bares e conveniência de postos de gasolina, casas comerciais, lanchonetes, lan houses e vias públicas, com ênfase aos corredores comerciais. E também nos pontos de controle, realizados em locais estratégicos que visam abordagens a veículos e pessoas. (M.L)
Descarte de lixo é feito em área ambiental
O descarte de lixo doméstico é outro sério problema enfrentado na região do Anel Viário, na zona Oeste, principalmente próximo aos conjuntos Pérolas do Rio Branco e Cidadão, localizados nos bairros Airton Rocha e Senador Hélio Campos.
No local, é possível encontrar de tudo, desde galhadas, animais mortos, carcaças de veículos e de móveis, entre outros materiais que potencializam o surgimento de doenças como zika vírus. O problema também é comum em algumas ruas no Conjunto Cidadão.
“A Prefeitura até passa para limpar o bairro, mas, depois de um tempo, tudo volta a ficar como antes. Infelizmente, os moradores também estão errados nisso, pois além de degradar o meio ambiente, ainda expõe a vida dos moradores a riscos”, salientou um morador.
PREFEITURA – Por meio de nota, a Prefeitura de Boa Vista afirmou que a Secretaria Municipal de Gestão Ambiental (SMGA) desconhece qualquer reclamação relacionada ao lixo doméstico na região do Anel Viário, mas reforçou que enviará equipes até os locais citados para verificar a situação. “Por ser uma área longa, será preciso fazer um levantamento de cada ponto citado”, frisou.